“Hoje voltamos a discutir a possibilidade de um novo resgate”

7 de julho de 2016
PSD

No Debate sobre o Estado da Nação, José Pedro Aguiar-Branco questionou hoje o que pensaria o histórico líder do PCP Álvaro Cunhal sobre o apoio dos comunistas ao atual Governo PS, afirmando que os comunistas passaram de "rezingões a resignados".

"O que pensaria o doutor Álvaro Cunhal destas medidas? O que diria dos seus próprios camaradas que com o seu silêncio ou justificações burguesas ou ao serviço do grande capital, permitem uma coisa destas?", questionou.

O Deputado disse também que "durante 40 anos o PCP foi uma voz crítica dos governos" e "em muitos aspetos com razão" e que se lembra do tempo em que o PCP "nunca permitiria que se reduzisse o IVA da restauração para beneficiar os industriais do setor" e do tempo em que "as rescisões amigáveis eram despedimentos encapotados".

"São cúmplices da discriminação dos trabalhadores do setor privado, são cúmplices do despedimento na Caixa Geral de Depósitos. Mais do que cúmplices, são tão responsáveis como os autores das medidas", disse.

Para o deputado, o PCP vive "em notório embaraço" e os comunistas passaram de "rezingões a resignados", sendo responsáveis pela atual situação do país, que considerou estar pior desde que este Governo tomou posse.

"Há um ano discutíamos o sucesso da saída de um resgate financeiro. Hoje voltamos a discutir a possibilidade de um novo resgate a Portugal", considerou, questionando se o atual Governo PS "é um governo patriótico e de esquerda" que para o PCP justifique manter.