Greves: Retrato de um "tempo novo"

26 de abril de 2017
PSD

A Transtejo e a Soflusa cumprem, hoje e amanhã, mais uma greve parcial. Os trabalhadores reivindicam a renovação da contratação colectiva e denunciam as condições da frota e dos pontões. Tal como nos transportes, da educação à saúde, dos serviços à segurança, os profissionais denunciam o seu descontentamento. O País tem saído à rua para manifestações, vigílias ou greves. Prevê-se que, nos próximos meses, continue a sair e a exigir o mais e melhor que lhe foi prometido.

Nas últimas semanas têm-se escutado os descontentamentos de quem, em novembro de 2015, ouviu o primeiro-ministro falar num “tempo novo”, aquando da sua tomada de posse. As promessas foram e continuam a ser muitas e, cerca de 16 meses de governo depois, a maioria de esquerda refugia-se em esclarecimentos por dar e em alteração de estratégias.

A reposição das 35 horas para todos os funcionários públicos, não existe. O mesmo sucede com o descongelamento de carreiras. O quadro é pior: não há profissionais suficientes para responder às necessidades de educação, segurança e saúde. As forças de segurança não têm as condições necessárias à devida execução da sua missão e os portugueses não têm acesso à qualidade de uma educação, saúde, segurança, transportes e restantes serviços para os quais são chamados a contribuir com os seus impostos e que mereciam após os anos de duras provações impostas pela bancarrota de 2011.

António Costa assumia, em 26 de novembro de 2015, o desejo de construir “passo a passo, projeto a projeto, medida a medida, um tempo novo para Portugal e para os portugueses”. Mas a realidade bate de frente com aquelas declarações: pais e crianças encontram escolas fechadas; profissionais de saúde denunciam a incapacidade de resposta face às novas exigências criadas pela reposição das 35 horas; as polícias trabalham com equipamentos, viaturas e instalações degradadas, comprometendo a própria segurança.

Se há inquietudes reais, também as há de fachada ou as que, na sequência de uma política controladora, acabam por se manter no silêncio, calando as “dores” de um País real. Importa, pois, perceber qual o verdadeiro estado do País e apostar no investimento, no crescimento, no futuro e nas pessoas.

Na edição de hoje, procedeu-se a um levantamento de greves, vigílias ou manifestações que, desde o início do ano, se têm realizado ou se prevêem realizar em Portugal.