«Em Portugal nunca um Governo foi formado sem ganhar eleições»

16 de outubro de 2015
PSD

"Recordo, por exemplo, a circunstância ocorrida em 1985, quando, perante a queda na Assembleia da República de um Governo minoritário do PSD, o então Presidente da República, doutor Mário Soares, recusou a formação de um Governo constituído pelo PS e pelo então PRD com o apoio parlamentar do PCP".

"E recordo também a situação ocorrida em 1996 nas eleições para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores, em que o então Presidente da República, Jorge Sampaio, deixou claro que só nomearia um partido de quem ganhasse as eleições, recusando qualquer outra solução".

Nunca na "vida constitucional" portuguesa "um Governo foi formado sem que essa responsabilidade tenha sido entregue a quem ganhou as eleições" e "esse tipo de práticas que sempre foram seguidas devem ser mantidas".

Numa alusão ao PS, observou: "Queremos que os outros sejam coerentes com a sua história política e com as suas declarações políticas".

Antes, o vice-presidente do PSD referiu que, com os resultados da emigração, houve um "reforço da vitória da coligação Portugal à Frente", que elegeu 107 deputados - 89 do PSD e 18 do CDS-PP - enquanto o PS "tem apenas 86".

O PSD defendeu hoje que todos compreenderão que só o novo Governo entregue em Bruxelas o projeto orçamental português, e considerou que a Comissão Europeia está a fazer o seu papel, assim como o executivo PSD/CDS-PP.

"Eu julgo que a Comissão Europeia, guardiã dos tratados de acordo com as regras comunitárias, faz aquilo que é seu papel, e o Governo faz aquilo que também é o seu papel", declarou o vice-presidente do PSD José Matos Correia, depois de questionado sobre a insistência da Comissão Europeia na entrega por parte do executivo cessante português de um projeto orçamental em Bruxelas, que deveria ter sido feita até esta quinta-feira, 15 de outubro.

Em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa, Matos Correia acrescentou: "Eu julgo que toda a gente compreenderá que, face à circunstância política que se vive em Portugal, só o novo Governo terá condições para cumprir essa obrigação. Portanto, nós não vemos nenhuma razão para alterar a orientação estabelecida ontem [quinta-feira] pelo presidente do partido".