Dornes: autarcas confirmaram “deficiente resposta no combate aos incêndios”

13 de setembro de 2017
PSD

Autarcas denunciaram problemas como “falta de planeamento estratégico” e “deficiente resposta no combate aos incêndios” em reunião com Pedro Passos Coelho. O Presidente do PSD alertou que se podem estar a aproximar “problemas muito sérios” que exigem da administração central e local uma resposta rápida e “concertada” 

 

Tive a oportunidade de ouvir muitas mensagens que dão conta da grande descoordenação da resposta que houve por parte da Proteção Civil”, afirmou Pedro Passos Coelho aos jornalistas, esta quarta-feira, depois de ter estado reunido com candidatos autárquicos, em Dornes, no concelho de Ferreira do Zêzere.

O Presidente esteve com autarcas que, segundo destacou, “lidaram muito diretamente” com os incêndios deste ano. “As queixas foram muitas”, salientou, dando conta da “falta de planeamento estratégico que se refletiu também em deficiente resposta no combate aos incêndios ou na forma como os próprios meios foram empregues neste combate”. Ficaram, também, “muitas sugestões que podem vir a ser úteis para futuro”, assegurou.

O PSD tem vindo a contribuir com propostas bastante construtivas e importantes para garantir que, no futuro, a resposta possa ser melhor”, lembrou o líder social-democrata. Destacou que muitos dos contributos também têm que ver com a fase que se aproxima e passa pela “construção, reflorestação, limpeza”, no fundo pela preparação do “futuro, do ponto de vista estrutural e operacional”. Considera que “as pessoas reconhecem que a intervenção do PSD foi importante” e espera que o relatório da Comissão Técnica Independente possa trazer “indicações muito claras sobre o que aconteceu”.

 

Governo e municípios devem preparar “resposta concertada

Pedro Passos Coelho alertou para “problemas muito sérios” que poderão chegar “quando vierem as chuvas” e precisam de ser “desde já preparados e minimizados”. Referia-se à eventualidade de “contaminação das águas que servem de abastecimento às populações” e dos “lençóis freáticos”, não apenas devido às “cinzas”, mas também a “tudo aquilo que, com a erosão dos terrenos, poderá ser arrastado para os leitos dos rios e barragens”, um alerta também feito pelo próprio presidente do município de Ferreira do Zêzere, Jacinto Flores. Os desafios que se colocam à resposta pública são, portanto, “muito grandes”. “São problemas mais imediatos que precisarão, agora, de uma resposta mais concertada da administração central e local”, insistiu.

 

Portugal 2020: “Governo tem de dizer quais as suas prioridades”

Questionado pelos jornalistas sobre obras públicas, Pedro Passos Coelho alertou que “o Governo tem de dizer o que quer fazer, quais as suas prioridades e o que é que está a pensar do ponto de vista dos grandes eixos de afirmação de Portugal nos próximos anos”. Considera ser “muito importante pensar no pós 2020”, já que “é uma negociação que vai arrancar na União Europeia” em breve, pelo que “Portugal tem de estar preparado para isso”.

Contudo, o Presidente do PSD lembrou que importa “obter da parte do Governo um compromisso claro quanto à execução do atual quadro comunitário”, pois “permanece um nível de execução muito baixo”. Fez uma crítica ao Executivo: “é muito rápido a fazer títulos e a lançar conversas muito genéricas, mas demora imenso tempo” a dar resposta às questões que a oposição coloca e que, neste caso, têm que vem com o ponto de situação no que diz respeito a fundos comunitários. Quanto ao PSD, “participará sempre nestas matérias que pertencem ao País”, pelo que não ficará “de fora dessa discussão”, assegurou Pedro Passos Coelho.