Défice não é "o mais baixo da história da democracia"

25 de março de 2017
PSD

"Este Governo faz, mesmo com medidas extraordinárias, um foguetório imenso porque passou de 3% para 2,1%"

Foi à margem do congresso do partido cristão-social do Luxemburgo (CSV) que Pedro Passos Coelho disse estar "satisfeito" com a possibilidade de Portugal sair do Procedimento por Défice Excessivo, mas recusou que este seja o valor "mais baixo em democracia", como defendeu o Governo.

"Em 1989, quando era ministro das Finanças o Dr. Miguel Cadilhe e primeiro-ministro Cavaco Silva, o défice público português também foi de 2,1%. Não se trata portanto do valor mais baixo da democracia."

"Este Governo faz, mesmo com medidas extraordinárias, um foguetório imenso porque passou de 3% para 2,1%", criticou, afirmando no entanto, que ficou satisfeito com a redução do défice.

"Eu fico muito contente, porque prefiro mil vezes que nós possamos ter um défice mais baixo, mesmo que à custa de medidas extraordinárias e outras que não são sustentáveis".

"Em 2011, eu recebi um défice de 11%: o défice que o Partido Socialista nos deixou"

O Presidente do PSD relembrou também a herança que o Governo que liderou recebeu em 2011. Um legado que penalizou Portugal e os portugueses.

"Quando cheguei ao Governo, em 2011, tinha recebido um défice de 11%, o défice que o Partido Socialista nos tinha legado. Nós dissemos claramente que só era possível atingir [as metas estabelecidas pela ‘troika’] se pudéssemos tomar medidas de natureza extraordinária, e isso foi aceite na altura pela ‘troika’ e não foi dissimulado", relembrou.

Com este Governo temos o investimento "mais baixo da democracia"

Pedro Passos Coelho também criticou o corte no investimento público, de 1.170 milhões de euros, afirmando que "são os números mais baixos da democracia em termos de investimento público".

"Nós, quando estivemos no Governo, tivemos de adotar políticas muito restritivas que causaram às pessoas menores recursos para serem distribuídos, porque nós não os tínhamos para distribuir, mas ninguém pensará que os Governos tenham de atuar todos os anos nessas circunstâncias", sustentou.

O líder do PSD defendeu também que Portugal precisa de outras políticas para poder crescer.

"É bom podermos dizer para o exterior que o défice desceu (...), mas é preciso dar confiança às pessoas para investirem em Portugal, e isso exige estabilidade e políticas de que normalmente os partidos que apoiam o Governo não gostam - é-lhes difícil apoiar, como se viu no passado, políticas mais amigas dos investidores e dos mercados, e nós sem investimento e sem investidores não vamos conseguir crescer mais", afirmou.

A importância da participação política

O líder do PSD não deixou também de apelar para a participação política dos portugueses nas eleições locais.

"É muito importante para a plena integração social e política que o recenseamento possa ser feito e que, nos termos da lei, as pessoas possam não apenas votar mas até candidatar-se", defendeu.