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" Muito boa noite a todos,
Permitam-me que eu na sequência da declaração que há pouco o Sr. Presidente da República proferiu ao país, que em nome do Partido Social Democrata, tenha a oportunidade de dirigir também estas palavras, que vão no seguinte sentido:
O Partido Social Democrata considera que a decisão do Sr. Presidente da República, de indigitar para Primeiro Ministro o presidente do PSD, na qualidade de líder da coligação que venceu as eleições legislativas do passado dia 4 de Outubro, constitui o respeito pela expressão democrática dessas mesmas eleições livremente ocorridas em Portugal.
Está em total conformidade com a regra e com a prática constitucional, que regeu e rege a nossa democracia durante todos estes anos. Sempre assim foi no passado, não haveria razão para que agora assim não fosse.
Por outro lado, tal como afirmou o Sr. Presidente da República, fecha-se agora o tempo do Sr. Presidente da República e abre-se um novo ciclo, um novo tempo, que é um tempo de um novo governo e da responsabilidade das forças políticas com assento parlamentar, de saber respeitar e honrar aquela que foi a vontade popular, criando as condições que são indispensáveis para garantir a estabilidade política do governo que vai ser empossado e ainda a manutenção das condições de confiança que garantem a continuação do crescimento económico e da recuperação do emprego, que Portugal tem vivido de forma tão acentuada nos últimos tempos e que se projecta que possa continuar a viver no futuro.
Dito de outra forma, é o tempo da responsabilidade do parlamento.
Para tal é indispensável que seja possível contar com o sentido de responsabilidade daqueles que no arco parlamentar, no passado sempre estiveram coincidentes com as grandes causas nacionais e com os grandes objectivos nacionais.
É hoje patente que se a coligação não pode oferecer uma solução de maior estabilidade para o futuro, tal se deve exclusivamente à responsabilidade do Partido Socialista que não quis, de forma manifesta, dar qualquer oportunidade a que se criassem condições para um entendimento com a coligação, de forma a ser oferecida a estabilidade que o país precisa e deseja. É por isso que estamos certos, que se até agora não foi possível encontrar essa disponibilidade do Partido Socialista, que no âmbito da responsabilidade parlamentar, seja possível encontrar a estabilidade que não foi até aqui encontrada nas negociações. Fecha-se o tempo do Sr. Presidente da República, abre-se um tempo de responsabilidade política do parlamento, mas acima de tudo, abre-se um tempo de respeito pelo resultado eleitoral do passado dia 4 de Outubro.
Da nossa parte tudo faremos para apoiar, como fizemos nos últimos quatro anos, Portugal nesta caminhada de recuperação económica e social, garantindo aos portugueses que não viraremos as costas em circunstância alguma a qualquer dificuldade, no sentido de garantir que essa recuperação da nossa economia, e a diminuição do desemprego e o crescimento do emprego, continuem a ser uma realidade no futuro".