CGD: Governo criou um “folhetim desastroso” e não explica fecho de balcões

26 de abril de 2017
PSD

O Governo geriu de “forma desastrosa” a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A acusação foi feita na audição de hoje ao ministro das Finanças, na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa?, por requerimento do PSD, por Margarida Balseiro Lopes. A deputada social-democrata lembrou que “foi graças ao Governo e ao ministro das Finanças” que “a Caixa se tornou sinónimo de um desvio enormíssimo de três mil milhões de euros”.

Margarida Balseiro Lopes recordou todos os casos que abalaram o banco público no ano passado. Um “folhetim” que se caracterizou pela forma hábil como o Governo esteve “a alimentar polémicas e a aumentar a instabilidade na Caixa”.

E afinal onde estava a urgência? Não acha que foi responsável pela turbulência?”, questionou, referindo-se aos prejuízos de 2016 da CGD, que remontam a operações decididas com intervenção do executivo de José Sócrates e que resultaram de uma mudança na contabilização das imparidades. “Em que medida essas alterações vão empolar os bónus futuros dos administradores da Caixa Geral de Depósitos?”

Sobre o encerramento de 61 balcões por todo o País e a redução de trabalhadores, a deputada lamentou que o Governo não queira saber das consequências da reestruturação. “No plano de reestruturação, está ou não previsto que mais de duas mil pessoas vão ser mandadas embora?”, perguntou.

O PSD criticou, ainda, a emissão de dívida perpétua a investidores privados, com uma taxa de juro de 10,75%. “Como é que esta operação pode ser considerada um sucesso, quando a Caixa pagava 8% de juros ao Estado (CoCos)”, sublinhou.

 

PSD quer acesso ao caderno de encargos da auditoria ao banco público

Durante a comissão, o deputado Carlos Silva anunciou que o PSD vai avançar com um requerimento para pedir ao Governo que entregue ao Parlamento o caderno de encargos da auditoria da Ernst and Young aos atos da gestão da CGD entre 2000 e 2015.

Esta auditoria, anunciada por Mário Centeno, deverá revelar dados sobre a concessão de créditos, a aquisição e alienação de ativos e as decisões estratégicas e negócio.