Centro de Medicina e Reabilitação do Sul sem técnicos, lista de espera dispara

28 de março de 2017
PSD

Metade das camas disponíveis no centro de medicina e reabilitação do Sul estão inativas por falta de pessoal especializado e o serviço ambulatório é afetado por ausência de recursos técnicos. O PSD entregou um projeto de resolução na Assembleia da República que “recomenda ao Governo que adote um modelo de gestão para o Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul (CMRSUL) que responda às reais necessidades dos utentes do Serviço Nacional de Saúde servidos por aquela unidade especializada”.

Em causa estão exemplos de desperdício de eficiência a prestar, como as 27 de 54 camas para internamento estarem inativas. Para o PSD é necessário ter um modelo de gestão para “promover a contratação dos profissionais em falta; assegurar a plena capacidade de internamento; reduzir a lista de espera para internamento; restabelecer o normal funcionamento do serviço de ambulatório; realizar os investimentos necessários para a boa conservação das infraestruturas existentes”.

O CMRSUL é uma unidade de excelência que serve o Algarve e o Baixo Alentejo, salva vidas e dá esperança a milhares de utentes e famílias”, afirma o deputado Cristóvão Norte. Considerando que o Governo “não tem decidido” sobre que medidas adotar para contrariar os constrangimentos financeiros e gestionários com que o CMRSUL se debate, preterindo, “os interesses dos utentes em favor dos preconceitos ideológicos”. O PSD apresentou um projeto para “garantir uma solução imediata e a salvaguarda da autonomia clínica e financeira da instituição, sem a qual a qualidade reconhecida não será assegurada”.

Unidade abrange cerca de 600 mil habitantes

O Centro de Medicina Física e de Reabilitação do Sul funciona há cerca de 10 anos, prestando cuidados de saúde a doentes com lesões medulares, traumatismos cranioencefálicos, acidentes vasculares cerebrais e outras patologias do foro neurológico, reumatológico, ortopédico, cardiovascular e pneumológico”, refere o projeto de resolução apresentado. É, por isso, “unidade especializada da rede de referenciação hospitalar de medicina física e de reabilitação do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, e serve cerca de 600 mil habitantes dos distritos de Faro e Beja.

Lista de espera aumenta

É noticiado que o CMRSul não estará a aceitar novos doentes, verificando-se ainda um aumento das listas de espera para internamento, situação que afeta e prejudica a população e compromete as possibilidades de recuperação dos doentes”, denunciam os deputados social-democratas no projeto de resolução. “De resto, o Governo reconheceu, no final de fevereiro de 2017, que se encontrariam em lista de espera para internamento cerca de 22 utentes do SNS (número que, na presente data, ascende a mais de 40), o que é inaceitável, para mais atendendo ao já referido facto de metade das camas do CMFRSul se encontrarem disponíveis, mas não utilizadas por falta de profissionais de saúde”, acrescentam.

Para o PSD, o Governo não pode protelar “mais a adoção de um novo modelo de gestão para o CMRSul, e que a decisão a tomar permita assegurar a essa unidade de saúde a necessária autonomia, assim como os recursos financeiros, técnicos e humanos”. Os deputados relembram que o Executivo se comprometeu, em abril de 2016, “ou seja, há quase um ano, com o lançamento de um concurso para a concessão da gestão do CMRSul”.