"Carta do PS não é contraproposta mas terá resposta"

17 de outubro de 2015
PSD

O vice-presidente e porta-voz do PSD, Marco António Costa, afirmou hoje que o seu partido está disponível para prosseguir o diálogo com o PS, se for "um diálogo efetivo" e não "um simulacro de diálogo".

 

Marco António Costa assumiu esta posição depois de ter sido recebido, juntamente com o secretário-geral do PSD, José Matos Rosa, pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na residência oficial do chefe do Governo, em Lisboa, a propósito da reunião do Conselho Europeu desta quinta-feira.

 

Em declarações aos jornalistas, o porta-voz dos sociais-democratas considerou que "é manifesta a indisponibilidade do PS" no processo negocial com PSD e CDS-PP com vista à estabilidade governativa, mas não fechou a porta a novas reuniões com os socialistas, caso estes apresentem "uma contraproposta objetiva e concreta", que não seja "um simulacro de contraproposta".

 

Sobre a próxima reunião do Conselho Europeu, que tem na agenda, entre outros temas, a questão dos refugiados, em nome do PSD, Marco António Costa elogiou a posição do Governo português.

 

"O Governo está a ter uma preocupação correta não só de fazer um acolhimento físico das pessoas, mas fazer um acolhimento e uma integração adequada das pessoas na nossa sociedade, proporcionando-lhes condições de criarem um projeto de vida em Portugal", considerou.

O porta-voz do PSD referiu que "está previsto para muito breve a chegada do primeiro grupo de 30 refugiados a Portugal, participando de um projeto-piloto europeu".

 

Depois, questionado pelos jornalistas sobre as declarações feitas hoje pelo presidente do PSD e primeiro-ministro em exercício, Pedro Passos Coelho, sobre as negociações com o PS, Marco António Costa subscreveu-as e reiterou a ideia de que "há como que uma chantagem" por parte dos socialistas neste processo.

 

O porta-voz do PSD declarou que "há um ponto a partir do qual" os sociais-democratas têm de se expressar face "a tudo o que se está a passar".

O dirigente social-democrata atribuiu ao PS a ausência de "espírito construtivo" e de "uma atitude consequente e empenhada" nas conversações sobre condições de governabilidade, e apontou: "Até hoje não conhecemos uma linha escrita pelo PS".

 

"Da nossa parte tem havido um total e absoluto empenho e uma abertura completa para fazer este trabalho com o PS. Gostávamos de sentir o mesmo empenhamento da parte do PS", disse.

 

"Não venceu as eleições e deve procurar ter um espírito construtivo", acrescentou.

 

Depois de afirmar que o PSD está disponível para continuar a dialogar com o PS, se receber dos socialistas "uma contraproposta e não um simulacro de proposta", Marco António Costa defendeu estar a dizer o mesmo que disse hoje Passos Coelho: "Não há nenhuma divergência. Estamos todos a dizer a mesma coisa com a mesma clareza".