Autoeuropa: PSD lembra benefícios de acordo entre trabalhadores e administração

25 de agosto de 2017
PSD

 

Investimento superior a 700 milhões de euros, conduzido pelo Governo PSD/CDS, adiciona centenas de postos de trabalho, duplica produção de carros e aumenta exportações. Foi num clima de paz sindical e social

 

Foi um investimento superior a 700 milhões de euros, negociado, entre finais de 2013 e meados de 2014, com o Governo PSD/CDS e que resultou para Setúbal em mais empregos e, no imediato, mais exportações, além de investimentos indiretos conduzidos pelos fornecedores nacionais.

 O novo carro da marca alemã Volkswagen, ontem apresentado, vai ser construído na Volkswagen Autoeuropa, em Palmela. Prevê-se que, com os 200 mil veículos produzidos por ano, a produção da fábrica portuguesa duplique e, consecutivamente, aumentem as exportações e sejam criados cerca de dois mil postos de trabalho.

Significa que passamos a ser uma das fábricas da liga grande”, na Europa, afirmou Miguel Sanches, diretor-geral da Autoeuropa, aquando da apresentação do novo modelo da Volkswagen. “Vamos aguardar tranquilamente pela eleição de uma nova comissão de trabalhadores para continuar o processo de diálogo”, referiu o diretor-geral, face à greve de trabalhadores, já anunciada.

Pedro Passos Coelho recordava, na recente Festa do Pontal, o exemplo da Autoeuropa para afirmar que “é muito importante que nas empresas possamos, tanto quanto possível de forma descentralizada, chegar a um entendimento que sirva quem lá trabalha e quem vai gerindo a empresa”. Os entendimentos sindicais, até agora, permitiram a conquista do investimento que aportará mais postos de trabalho e exportações.

 

Empresa vai trabalhar em modelos “conquistados” no Governo PSD/CDS-PP

A comissão de trabalhadores “demitiu-se porque não conseguiu resistir às pressões que os grandes sindicatos estavam a fazer”, afirmou então o líder do PSD. Um “mau prenúncio, porque a comissão de trabalhadores, que já era gerida no passado por alguém até ligado ao Bloco de Esquerda, tinha sido um exemplo descentralizado de boa negociação”. De acordo com Pedro Passos Coelho, “é importante que o País fique a saber que a Autoeuropa vai começar a trabalhar com mais força, em novos modelos que foram conquistados no tempo em que o PSD e o CDS estiveram no governo”.

O líder social-democrata dizia, no Calçadão de Quarteira, que “as nossas exportações vão melhorar muito”, “mas não com o que este Governo fez”, mas, “curiosamente, com o acordo importante que se conseguiu entre a comissão de trabalhadores e a empresa” e que veio a conferir “uma enorme competitividade à empresa”, atraindo investimento.

Para Pedro Passos Coelho trata-se de um “mau sinal que em matéria de reforma laboral não só não se avance como, no único sítio onde até um dirigente do Bloco de Esquerda fazia gala de ter uma boa negociação ao nível da comissão de trabalhadores, se esteja nesta altura sem força para ceder à negociação que os grandes sindicatos querem impor”.

 

Volkswagen Autoeuropa: apontada como exemplo de negociação laboral | Para recordar


  • 1995: Autoeuropa começou produzir efetivamente em Palmela.
  • 2009: na sequência de quebra de procura, trabalhadores e empresas negociaram o layoff que acabou por não ser necessário em virtude da retoma da procura, para a qual contribuíram os incentivos ao abate de automóveis em diversos países.
  • Abril de 2010: surgia a possibilidade de, a média prazo, a produção sair de Portugal, pois estava produzia abaixo da sua capacidade. Contudo, em maio, e com a entrada de um novo modelo, foram readmitidos funcionários.
  • 2012: uma nova quebra de produção (em plena crise económica) colocou trabalhadores e empresa novamente em negociação. No sentido de evitarem despedimentos, houve trabalhadores a serem deslocados para outros países.
  • 2013: apesar da produção ter descido, a empresa aumentou os salários e deu bónus aos trabalhadores “a título compensatório da perda de poder de compra determinada pela conjuntura económica e financeira do país”, afirmava em comunicado. Em paralelo, decorriam contactos entre o Governo, a AutoEuropa e a sede alemã do grupo. A captação do investimento foi ganha a Espanha (fábrica de Pamplona) e à Hungria.
  • 2014: início do investimento na AutoEuropa em mais três linhas, num total superior a 700 milhões de euros. Os fornecedores da AutoEuropa também procederam a novos investimentos. 
  • 2015: trabalhadores aprovavam um acordo de empresa, a fim de garantir a manutenção dos postos de trabalho. O acordo previa, ainda, aumentos salariais na ordem dos 1,5% e a conversão de contratos temporários em permanentes.
  •  2017: está agendada uma greve para 30 de agosto. Os trabalhadores reivindicam horários alternativos aos propostos pela empresa e que passam pelo trabalho por turnos.