António Costa revela “mesquinhez” sem paralelo

17 de setembro de 2017
PSD

Líder social-democrata criticou, ainda, uma Geringonça que atrasou o País, em vez de o ter adiantado

 

Taxas de juro são hoje mais altas do que quando Pedro Passos Coelho deixou o Governo

 

É realmente uma atitude de um primeiro-ministro que revela um sectarismo e uma mesquinhez de que não encontro paralelo na história democrática do País”, afirmou Pedro Passos Coelho este sábado, em Viseu, depois de António Costa ter defendido que se deve apenas ao seu executivo o facto de a agência de rating Standard & Poor’s ter retirado Portugal da classificação “lixo”. Lembrou, assim, que o primeiro-ministro nada disse sobre o contributo do governo anterior. “Como era bom que o debate político pudesse ter mais credibilidade e que tivéssemos governantes mais transparentes”, acrescentou.

O Presidente do PSD destacou que se trata de “uma boa notícia para todos nós” e que não se pode “excluir o atual Governo desse resultado”. Por isso, referiu-se ao mérito de quem hoje governa “com muita facilidade”, sustentou. “Se não tivéssemos atingido as metas do défice e não tivesse havido um compromisso em reduzir o peso da dívida nos próximos anos a decisão da Standard & Poor’s não teria sido possível”, explicou.

Contudo, e “mesmo que os partidos da geringonça tenham dificuldade em reconhecê-lo”, o trabalho desenvolvido pelo executivo anterior em muito contribuiu para a decisão que ontem foi conhecida. “Se tivéssemos falhado, estaríamos ainda à espera de sair do resgate, quanto mais de melhorar a notação financeira”, alertou o líder social-democrata.

Pedro Passos Coelho não se poupou a críticas ainda a Jerónimo de Sousa (que insistiu na ideia de que o País não se governa com rating), como a Catarina Martins (que alegou que Portugal saiu do “lixo” porque se adotaram políticas contrárias às defendido pela Standard & Poor’s). Argumentou que “realmente não há mais cego do que aquele que não quer ver” e que não lhes “dá jeito” assumir que nestes dois anos têm apoiado políticas contrárias às que, anteriormente, defendiam.

 

“A Geringonça atrasou-nos em vez de nos ter adiantado”

O líder social-democrata voltou a afirmar que Portugal está a crescer em 2017 o que devia ter crescido ainda em 2016, estando por isso a perder tempo. Lembrando que se poderia ter aproveitado melhor a conjuntura externa favorável, reiterou ser muito claro que “a Geringonça atrasou-nos em vez de nos ter adiantado”. “No dia em que uma agência de rating tirou Portugal do lixo, ainda tínhamos taxas de juro a dez anos mais elevadas do que quando deixei o lugar de primeiro-ministro", esclareceu Pedro Passos Coelho, recordando que, em 2016, as taxas de juro do País aumentaram em contraciclo com “a esmagadora maioria dos países da zona euro”.

Dentro da geringonça, “a importância de ter juros mais baixos não tem a mesma relevância para todos, muitos acham irrelevante”, denunciou ainda, acrescentando também que há ainda os que não querem fazer as reformas que as próprias agências de rating consideram fundamentais”. “Não há dia em que o PCP e o BE não querem reverter a legislação laboral, um dos elementos críticos”, afirmou.

 

Ministros dizem, agora, que “as finanças não permitem tudo

Pedro Passos Coelho abordou, também, o leilão orçamental em Portugal, revelando que há já “vários ministros a quererem travar a euforia orçamental”. Deu como exemplo a ministra da Justiça e o próprio ministro das Finanças que, em função das exigências de profissionais de vários setores, vieram a público esclarecer que “as finanças não permitem tudo”. “Agora, que nunca estivemos tão bem, é que é preciso ter cuidado?”, perguntou o social-democrata, ironizando e criticando um Governo que “inflamou as expectativas e gerou a euforia” ao esconder impostos e até menos investimento. “Vem agora o Governo queixar-se e apelar para os limites da política orçamental?”, continuou, depois de ter lembrado que a oposição sempre quis chamar a atenção do País para a realidade. 

O Presidente do PSD recordou a presença de António Costa em Bruges, onde discursou sobre a Europa. “Não se distanciou do meu discurso de há mais de dois anos quando era primeiro-ministro”, disse para, logo depois, denunciar que o distanciamento que, efetivamente, se verificou foi relativamente aos partidos que o sustentam no Governo. “O primeiro-ministro foi dizer exactamente o contrário do que dizem os seus parceiros em Portugal”, afirmou, criticando quem em Portugal se alia aos que são antieuropeístas e na União Europeia se distancia deles. “Dá isto confiança para futuro?”, questionou, argumentando ser importante ter “uma política que fale verdade às pessoas” e que não dissimule o desinvestimento que tem acontecido na Saúde, Educação, Investigação ou Inovação.

 

Viseu: António Almeida Henriques fez “um trabalho notável

Queremos para futuro, o que queremos para Viseu: que não apareça gente a fazer de conta que não recebemos uma boa herança porque recebemos”, salientou Pedro Passos Coelho que, esteve sábado, apoiou a recandidatura de António Almeida Henriques ao município visiense. Lembrou que o candidato e autarca recebeu uma “herança boa” e revelou, nos últimos quatro anos, ter sido a “pessoa certa”, já que “superou as expectativas” e fez “um trabalho notável”.