António Costa pode estar a tornar-se “uma espécie de agente poluidor do debate político”

11 de setembro de 2017
PSD

O líder social-democrata desafiou o Primeiro-ministro a fundamentar as acusações que faz ao PSD

Devia haver um certo limite para se dizerem estas coisas sem impunidade”, afirmou este domingo Pedro Passos Coelho, em Pombal, a propósito das declarações de António Costa sobre as colocações na primeira fase de acesso ao Ensino Superior. Acusou-o de ser um “agente poluidor do debate político”.

O líder social-democrata não escondeu a sua perplexidade ao ter ouvido “o primeiro-ministro dizer que esta notícia sobre o acesso ao Ensino Superior significa que os portugueses deixaram de dar ouvidos aos que diziam que tínhamos [Portugal] licenciados a mais”. Perguntou a quem se referia António Costa para, logo, argumentar não se recordar “em tempo algum” de ouvir dizer que as “pessoas não deviam continuar a estudar” e que “o que era bom era ter uma economia com salários mais baixos”. Desafiou, portanto, o primeiro-ministro a “fundamentar este tipo de acusações, a mostrar a quem é que se está a referir”. Caso não o faça e a “comunicação social não o confronte com estas declarações”, então vai prevalecer “uma espécie de traço político” que se começa a acentuar, “em que o Dr. António Costa vai produzindo afirmações sem suporte na realidade”.

O Presidente do PSD lembrou a recente acusação de que foi alvo, para logo esclarecer que “António Costa é primeiro-ministro do País, não é uma pessoa qualquer, não pode dizer impunemente estas coisas sem ser chamado à atenção”. Afirmou que, caso este tipo de declarações se comecem a tornar cada vez mais frequentes, António Costa pode vir a tornar-se, “ele próprio, uma espécie de agente poluidor do debate político”. Para o PSD importa, pois, que “o debate político seja o menos poluído possível” e desprovido de “falsas oposições”.

 

PSD liderou Governo que alargou a escolaridade obrigatória ao 12.º ano

Pedro Passos Coelho salientou que é muito importante a aposta na qualificação de todos os portugueses. “Temos hoje uma jovem geração da mais qualificada da nossa história”, lembrou, acrescentando que é o resultado de um trabalho levado a efeito por vários governos. Coube ao PSD, e o líder social-democrata dissesse orgulhoso disso mesmo, integrar o governo que pôs em prática o ensino obrigatório até ao 12.º ano. “Fui eu que chefiei” esse processo, esclareceu, para logo explicar que, no ano letivo de 2014/2015, “formaram-se os primeiros jovens com o 12.º ano de escolaridade obrigatória”. “Talvez, por isso, 2015 tenha sido o ano em que aumentou de forma significativa o número de candidatos aprovados na 1.ª fase”, explicou, reiterando que o aumento da escolaridade obrigatória também contribui para o sucesso registado por quem se vê aprovado logo na 1.ª fase de acesso, além da situação económica.

Deixou claro que se devem criar condições para que “todos aqueles que decidem não prosseguir os estudos” possam “ter uma vida com ambição e dignidade”. E lembrou que é imprescindível adaptar a formação aos avanços tecnológicos que se registam. “Existem mutações tecnológicas intensas que nos levam a acreditar que uma parte muito significativa das profissões de hoje desaparecerá”, alertou, desafiando o atual Executivo “a trabalhar mais intensamente” esta realidade e, para isso, a dialogar com instituições educativas e empresas, a fim de ter real conhecimento do “médio e longo prazo”. Disse esperar de quem governa hoje o País, o mesmo espírito que caracteriza o PSD: “inconformado, reformista, que aproveita o tempo para pensar o futuro de uma maneira diferente para futuro”.

 

Pombal: Diogo Mateus “abriu um novo ciclo

Pedro Passos Coelho esteve, hoje, na Festa da Ribeira cuja segunda edição decorreu na Ilha, concelho de Pombal. Afirmou ter “muita confiança” de que Diogo Mateus, que se recandidata ao município pombalense, “vai continuar a ser o presidente”. Lembrou que, em 2013, se fechou um “longo ciclo de gestão social-democrata no concelho”, do qual o PSD se orgulha. Diogo Mateus conseguiu “abrir um novo ciclo” que se destacou por não ter perdido o “balanço que vinha de trás”, “conseguindo ir tratando das responsabilidades de médio e longo prazo e lançar novos investimentos para futuro”, explicou o líder social-democrata.