Mário Centeno não tem "condições para exercer com independência e credibilidade o cargo de governador"

8 de julho de 2020
Grupo Parlamentar

Duarte Pacheco reafirma que o PSD é contra a nomeação de Mário Centeno para o cargo de governador do Banco de Portugal. Na audição do ex-Ministro das Finanças no Parlamento, o coordenador do PSD na Comissão de Orçamento e Finanças declarou que Mário Centeno “não preenche as condições para exercer com independência e credibilidade o cargo de governador do Banco de Portugal.”

Desde logo, adianta o social-democrata, por questões “de índole pessoal”. Refere o deputado que Mário Centeno “apresentou a demissão de ministro das Finanças e, até hoje, não deu explicações aos portugueses sobre quais as razões que levaram à sua demissão. Especialmente num momento crítico para o país, quando se antevia a maior crise económica da nossa história recente, perante essa realidade, o sr. dr. Mário Centeno foge das suas responsabilidades como ministro das Finanças não dando qualquer explicação ao país”.

Sublinhando que, felizmente, “não se vislumbram motivos de ordem pessoal ou familiar que pudessem ser invocados”, o parlamentar afirmou que o PSD identifica “três possíveis razões”, questionado o deputado a Mário Centeno qual a certa: 1ª Centeno percebeu a crise que aí vinha e, por isso, desertou; 2º percebeu que se saísse podia ser nomeado para governador do Banco de Portugal e optou por colocar o interesse pessoal acima do interesse nacional; 3º percebeu que falhada a tentativa de instrumentalizar o Banco de Portugal a partir do Ministério das Finanças optou, ou terá optado o Primeiro-Ministro, por instrumentalizar-se a si próprio como líder do Banco de Portugal.

Duarte Pacheco assinalou ainda um conjunto de dossiês em que acredita que há conflito de interesses e questionou ao ex-governante se “vai pedir escusa” sobre vários dossiês que vão deste a venda do Novo Banco à capitalização da Caixa Geral de Depósitos.