Estamos aqui por Portugal, não para fazer chicana política

21 de fevereiro de 2025
Grupo Parlamentar mocaocensura governodeportugal

“Esta moção de censura é sobre o Primeiro-Ministro, sobre a minha vida profissional e patrimonial, o meu caráter e a minha honra”, começou por afirmar Luís Montenegro, esta sexta-feira, durante o debate da moção de censura ao Governo.
No Parlamento, o Primeiro-Ministro e Presidente do PSD rebateu os ataques “estranhos e violentos” de que tem sido alvo, sublinhando que decidiu “criar uma entidade [empresa] para o trabalho fora da advocacia, para toda a família”, que servisse ou preparasse o futuro dos filhos ou para lhes transmitir a empresa, se regressasse à política.
Defendendo o "escrutínio democrático, justo", "legítimo e saudável", o Primeiro-Ministro lembrou que o objetivo central da empresa é gerir “o investimento vitivinícola e eventualmente turístico” de uma quinta familiar no Douro, assim como um investimento numa “'start-up' tecnológica”. “Chamar a isto uma imobiliária é manifestamente despropositado, um tiro ao lado”, enfatizou.
Luís Montenegro assinalou que deter uma participação numa empresa não gera qualquer conflito de interesses, porque os seus imóveis não têm “qualquer hipótese de enquadramento” na denominada lei dos solos.
“Na minha vida declarei tudo o que tinha a declarar, paguei tudo o que tinha a pagar, esclareci tudo o que tinha a esclarecer. Vou agora distribuir-vos o valor dos rendimentos do meu agregado familiar nos últimos 15 anos. Sabem o meu património e origem. Sabem onde moro. A partir de hoje, sabem a minha estratégia pessoal e familiar. A partir de hoje, só respondo a quem for tão transparente como eu, ou seja, que seja capaz de fazer tudo aquilo que eu fiz”, declarou o Primeiro-Ministro. 
“Estou preparado para falar de Portugal. Estou preparado para continuar a dar esperança a cada portuguesa e a cada português. (…) Estamos aqui por Portugal. Os senhores [deputados do Chega] estão aqui para fazer chicana política”, concluiu o Primeiro-Ministro.