"Venda do Banif era preferível mas não foi possível"

21 de dezembro de 2015
PSD

 

Maria Luís Albuquerque considerou hoje que a venda do Banif teria sido a melhor opção, mas que tal não foi possível durante os últimos anos devido à falta de concretização de propostas dos interessados, e que o executivo liderado por Passos Coelho não descurou o problema do banco.

"Houve múltiplas tentativas para vender o banco, o que era preferível. A resolução é sempre em último recurso e é da responsabilidade do Banco de Portugal. Não é um momento que se escolha, só é possível quando não há outras soluções que permitam que um banco seja viável", afirmou em entrevista à TVI. E realçou: "Enquanto estive [à frente das Finanças] não foi possível [vender o Banif]. E agora parece que também não".

A responsável reforçou que "houve muitas tentativas de venda e seria a melhor solução, mas não foi possível. Sempre incentivei a venda do Banif o mais possível. Da parte que me cabia fiz os esforços para a venda do Banif nos últimos dois anos", assinalou.

Maria Luís Albuquerque justificou o envolvimento do Estado português na recapitalização do Banif, em 2013, com o momento que a banca atravessava e que obrigou à injeção de capitais públicos em vários bancos. Disse ainda que, nessa altura, "a situação não estava ótima mas era menos desfavorável", assegurando que "não impedia que se tivesse encontrado um comprador para o Banif".

Porém, no seu entender, "na última semana a situação agravou-se", tendo apontado para a corrida aos depósitos que se gerou após ter sido divulgada uma notícia da TVI que apontava para o encerramento do banco. “A situação do Banif era muito difícil e isso trouxe dificuldade acrescida", comentou, admitindo que "nas últimas semanas a situação se tenha deteriorado".

A deputada eleita pelo PSD disse esperar que haja acordo entre os partidos para que seja realizada uma comissão parlamentar de inquérito de forma a "esclarecer o que aconteceu no Banif", sublinhando que, desde a intervenção estatal, houve momentos de melhoria e outros de agravamento na situação do banco. Certo é que nos últimos anos o Banif "era um banco mais frágil do que os outros", constatou.