TSU: Não cabe ao PSD encontrar alternativas

26 de janeiro de 2017
PSD

“Aquilo que aconteceu não foi verdadeiramente uma concertação social”

 

Foi com casa cheia que Maria Luís Albuquerque afirmou, esta quarta-feira à noite em Bruxelas, que cabe ao governo encontrar alternativas à redução da Taxa Social Única (TSU) e disse esperar que a concertação social seja tratada “com a dignidade que merece”.

 

A Vice-presidente do PSD relembrou que, quando era ministra das Finanças, também não pediu à oposição que encontrasse alternativas que “eram sua obrigação encontrar”. “Quem terá de encontrar alternativas é o governo, não é o PSD. O Governo é que decidiu celebrar um acordo da concertação social sabendo que não tinha apoio dos seus parceiros parlamentares e, portanto, será o governo que terá de decidir que alternativas é que encontra e que modelos é que elas podem assumir”, declarou.

 

 

Maria Luís Albuquerque fez questão de desmistificar o que este governo chama de acordo de concertação social uma vez que, na verdade, “aquilo que foi chamado de acordo de concertação social foi uma imposição por parte do governo de um valor do salário mínimo, rejeitando o acordo que vinha de trás e que permitia ligar as atualizações ao crescimento da produtividade, defendendo assim salários mais altos no futuro”.

 

 

A concertação social é obviamente muito relevante para o país, e esperemos que possa vir a ser tratada com a dignidade que merece, que não aconteceu claramente neste caso”, afirmou.

 

No jantar-debate promovido pelo PSD Bruxelas, Maria Luís Albuquerque destacou ainda que o PSD não tem “nada contra” um aumento do salário mínimo, mas “não faz sentido” impô-lo “sem atender às condições da economia, porque os primeiros prejudicados serão os trabalhadores, na perda de emprego que acabará por acontecer, e todos aqueles que acabam por ficar a ganhar menos do que aquilo que poderiam ganhar face ao seu tempo de experiencia, às suas qualificações, porque passa a haver um incentivo perverso”. “O PSD não é contra o aumento do salário mínimo, o que o PSD diz é que aquilo que aconteceu não foi verdadeiramente uma concertação social e a decisão do governo de avançar nestes termos é que desrespeitou o que é e deve ser a concertação social, que tinha aliás assinado um acordo de médio prazo em 2014”, concluiu.