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“Mais de dois anos depois do tão celebrado fim da austeridade, não há desculpa para que o Governo não contrate os profissionais de saúde em falta e ainda menos desculpa há para contratar enfermeiros e despedi-los menos de um mês depois”, disse esta quinta-feira o deputado Luís Vales, no Parlamento. Discutiam-se as propostas de BE e PCP sobre a contratação de profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Salientando que “são tão culpados aqueles que despedem, como os cúmplices dessas práticas que também degradam o SNS”, Luís Vales lembrou a pergunta dirigida esta quarta-feira ao Governo, através da qual o PSD exige “a reversão do escandaloso despedimento de enfermeiros que foram contratados pelo Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho há apenas um mês”. Definiu, assim, o referido despedimento como uma “vergonha” e um “insulto”, na medida em que afeta utentes e profissionais.
O social-democrata apelou ao entendimento dos partidos que constituem a geringonça quanto à contratação de profissionais. “A contratação dos médicos recém-especialistas merece acordo”, disse, lembrando que “foi sempre uma preocupação dos anteriores governos do PSD que abriram todos os concursos possíveis”. Alertou que “não se pode deixar em claro o facto de tanto o BE como o PCP denunciarem a existência de um ‘significativo défice de profissionais’ e ao mesmo tempo aprovarem os orçamentos do Estado e as políticas do Governo”.
Para Luís Vales, PCP e BE exibem comportamentos marcadamente contraditórios, pois se, por um lado, “são solidários com a atual política de desinvestimento no SNS”, por outro “continuam a fingir, junto dos profissionais e das populações, que se preocupam e defendem os seus interesses”. Assegurou que “o PSD não atua assim”, pelo que quando defende os interesses dos profissionais fá-lo “por imperativo político e não por conveniência partidária”.
Estando em debate a contratação, o social-democrata recordou, por exemplo, que entre 2011 e 2015, governos liderados pelo PSD contrataram para o SNS “quase 7 mil médicos e mais de 4 500 enfermeiros, o que significou mais de 10 mil novas contratações para o setor público”, apesar das “difíceis circunstâncias em que o PS colocou o País”.