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O Atlântico, a Lusofonia, a Europa e as Comunidades Portuguesas são, no entender do Presidente do PSD, os quatro pilares que devem orientar a diplomacia portuguesa. Na primeira intervenção de fundo sobre política externa, Rui Rio, que efetuou uma visita a Cabo Verde, foi à Universidade de Verão do Movimento para a Democracia (MpD) assegurar que o PSD continuará a ser uma “voz do pragmatismo e da responsabilidade”. Rui Rio sublinha que a “ação do partido deve passar pela criação e manutenção de consensos nacionais alicerçados justamente numa visão partilhada da nossa identidade como país europeu, atlântico e lusófono, membro do que podemos designar de uma tripla aliança – União Europeia, NATO e CPLP”. Rui Rio encontrou-se com as mais altas figuras do Estado cabo-verdiano
Na sessão de encerramento da Universidade de Verão do MpD, Rui Rio deu uma "lição" sobre Relações Internacionais. As questões externas e diplomáticas devem reger-se por consensos, pelo que o interesse nacional se deve sobrepor à política partidária. “A História mostra-nos que os consensos de política externa são especialmente relevantes, pois esta exige que se pensem soluções a longo prazo e que se mantenha a coerência necessária para garantir a credibilidade internacional, o que é uma verdade válida para todos os Estados, mas sobretudo para os de pequena e média dimensão e de poder limitado”, afirmou Rui Rio, quinta-feira.
O líder do PSD preconiza, por um lado, “uma política externa que valorize o quadro multilateral e tenha objetivos transnacionais (…) sejam eles as alterações climáticas, a proliferação nuclear, as crises migratórias, as guerras comerciais ou o radicalismo militante”; por outro, a diplomacia de Lisboa deve ainda ter uma “orientação económica, servindo como facilitador de oportunidades para os empreendedores português”.
O Presidente do PSD entende que o Atlântico, a Lusofonia, a União Europeia e as Comunidades Portuguesas são os “quatros pilares” para “garantir os interesses nacionais” em todo o mundo (nos estados, nas organizações e nos múltiplos “fora” de decisão internacional).
Rui Rio enunciou as três fronteiras de Portugal – um estado “europeu, atlântico e lusófono” –, um país “pequeno”, “periférico”, mas que visto do mar “é grande e central”.
O PSD, recordou Rui Rio, é “o mais atlantista dos partidos políticos portugueses”, reconhece a “histórica identidade euro-atlântica de Portugal e as vantagens únicas” que o “estatuto no extremo Ocidente da Europa nos confere a nível geopolítico”. “Valorizamos muito a importância dos Estados Unidos enquanto parceiro político e securitário, defendendo que Portugal deve procurar sempre a mais estreita relação de amizade com a principal potência atlântica e global”, expressou o líder do PSD.
No domínio da lusofonia, o PSD valoriza “a importância estratégica e económica da lusofonia, bem como os laços culturais e sentimentais que nos ligam a todos” os povos irmãos. Foram os governos do PSD, recorda Rui Rio, que contribuíram para “a normalização das relações com Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique” e no “respeito total pela soberania dos Estados, “sem esquecer” os laços com o Brasil.
A vocação europeísta do PSD significa pugnar pela “integração de Portugal nas Comunidades Europeias como forma de assegurar a congruência entre os nossos valores – desde logo, a democracia, o Estado de Direito e a Economia de Mercado –, o desenvolvimento económico e o Estado Social”. Isso significa uma “construção política que seja sensível à identidade e às particularidades sociais e geográficas dos Estados-Membros”.
A participação de Portugal do projeto europeu é, segundo Rui Rio, marcada por “constantes reservas em relação a uma política europeia demasiado centralizada e pouco transparente, que afaste a União do cidadão comum e dilua em demasia a importância e a soberania dos Estados”. Além disso, Rui Rio insiste que a União Europeia não se deve esquecer “do potencial que há numa maior aposta nas relações transatlânticas e mediterrânicas”, condição “para que se evite uma deriva estratégica para a Europa Central e de Leste, que relegaria Portugal para a periferia da construção europeia”.
Ainda no quadro europeu, “o PSD reconhece a relação bilateral especial que existe com a Espanha e tem procurado potenciá-la ao máximo, não só pelas vantagens que a concertação ibérica traz para aumentar o peso relativo de Portugal nas instituições europeias, como por ser do interesse de ambos manter a relevância estratégica do nosso espaço geográfico”.
Finalmente, Rui Rio aponta um quarto pilar do ADN do PSD em matéria de política externa: a valorização das Comunidades Portuguesas e Luso-Descendente. O PSD é a força política que, há 44 anos, “mais valoriza os portugueses espalhados pelo mundo e o primeiro a eleger este como o quarto pilar da política externa portuguesa, muito antes de outros o fazerem”, apontou Rui Rio.
Durante a manhã de quinta-feira, Rui Rio encontrou-se com o Primeiro-Ministro de Cabo Verde e, ao final da tarde, reuniu-se com o Presidente da Assembleia Nacional. Na Cidade da Praia, o Presidente do PSD foi recebido pelo Presidente da Câmara Municipal e jantou com a Embaixadora de Portugal em Cabo Verde.
Leia aqui a intervenção do Presidente do PSD na Universidade de Verão do Mpd.