Rui Rio: PSD deve ter um posicionamento ideológico “absolutamente claro”

28 de outubro de 2018
PSD

Rui Rio defende que para ser credível perante os eleitores, o PSD deve ter “um posicionamento ideológico absolutamente claro”. Na sessão de abertura da primeira Academia de Formação para as Mulheres Social-Democratas (MSD), esta sexta-feira, o Presidente apontou os eixos que podem ajudar a credibilizar dos partidos. Rui Rio lembra os partidos estão cada vez mais afastados da sociedade e impõe-se, por isso, uma clarificação ideológica. “O PSD, como o nome indica, é social-democrata. O partido não é de esquerda, nem de direita, nem é socialista, nem liberal e o partido também não é um albergue espanhol onde cabem cá todos, quanto mais melhor”, explicou Rui Rio.

A aposta na formação, no funcionamento mais transparente e na primazia ao interesse público foram outros dos eixos apontados pelo líder do PSD para aproximar os cidadãos dos partidos.

Rui Rio aproveitou a presença do militante número 1 do partido, Francisco Pinto Balsemão, para recordar que “ao longo de 44 anos, tudo na vida se desgasta”.

Defendendo que credibilizar novamente os partidos é uma tarefa que “exige tempo”, o Presidente do PSD incluiu a presença de mais mulheres na vida política com um dos fatores que pode ajudar nesse desígnio, pela competência. “Neste momento, as MSD têm toda a utilidade. Espero, sinceramente, que daqui a dez anos já não sirvam para nada”, afirmou.

O líder social-democrata sublinha que “não temos de pensar todos da mesma maneira, longe disso; mas não podemos aceitar tudo e o seu contrário”. O PSD deve estar preparado para “abrir as portas a todos os que querem, mas desde que se identifiquem com estas balizas, caso contrário não é também credibilizador para a opinião pública”, acrescentou Rui Rio.

Recorde-se que na quinta-feira, Rui Rio anunciou que o PSD vai nomear uma comissão presidida por Pedro Rodrigues, e que terá um conselho consultivo presidido por Francisco Pinto Balsemão, para fazer uma reflexão de fundo sobre o funcionamento do Partido e do sistema político do País.

Antes, Pinto Balsemão, militante n.º 1 e presidente da mesa do Conselho Geral do Instituto Francisco Sá Carneiro – um dos organizadores desta Academia, em parceria com a Fundação Konrad Adenauer –, referiu que o problema da igualdade de género não se resolve com mais leis. “De leis estamos bem servidos, o problema é, sobretudo, de atitude por parte dos homens”, apontou.

Na presença da primeira mulher a liderar o PSD, Manuela Ferreira Leite, Balsemão definiu qual o papel da formação política no partido. “Não é para formar ‘boys’, nem ‘girls’. É para suplantar eventuais desigualdades, é para melhor servirmos a democracia, a social-democracia, o país”, sintetizou Pinto Balsemão.

A presidente das MSD, Lina Lopes, anunciou que a próxima ação de formação desta estrutura informal vai arrancar no Dia da Mulher, em 08 de março de 2019, na Covilhã.