Rui Rio: orçamento contém “grandes, médias e pequenas mentiras”

26 de novembro de 2018
PSD

O Presidente do PSD voltou a denunciar o carácter enganador do Orçamento do Estado para 2019, proposta que contém “grandes, pequenas e médias mentiras”, desde logo no valor previsto do défice público. “O Governo diz que o défice que está no OE são 385 milhões de euros. É mentira. O défice são 975 milhões de euros, o défice anunciado é mentira”, acusou.

Rui Rio, que intervinha na Festa da Europa, este sábado em Esposende, apontou as cativações como “a segunda grande mentira” do próximo Orçamento. Uma mentira, sublinhou, que é “comum a todos os orçamentos do Estado” desta legislatura.

Por força das cativações, aprovam um orçamento, mas depois apenas executam uma parte (…). É um engano enorme, executa apenas aquilo que lhe apetece executar (…). Mas se nos engana a todos, engana principalmente o BE e o PCP, que aprovaram com eles o Orçamento, negociaram as medidas, mas não têm qualquer segurança que essas medidas venham a ser executadas”, acrescentou.

Outra das “pequenas e médias mentiras” diz respeito à redução do IVA na eletricidade. “Não será uma grande mentira, é uma pequena e média mentira. Não vão ter redução nenhuma no IVA, só vão ter redução sobre o IVA dos contadores e só os que têm a potência mais baixa contratada. É só para alguns e mesmo para esses são cerca de 80 cêntimos por mês. Não é daquelas mentiras muito grandes, mas enganaram-nos”, criticou.

Rui Rio considera ainda como “pequenas e médias mentiras” as horas extraordinárias, que vão ficar fora do IRS, e os 50 milhões de euros para aumentar a função pública.

O Presidente do PSD acusou o Governo de não preparar o futuro, sublinhando que, por isso, quando a economia europeia começar a crescer menos, os portugueses vão ter de apertar “dois furos” do cinto. “Podíamos apertar apenas um furo do cinto se tivéssemos tido o cuidado de preparar o futuro, assim vamos todos de ter apertar dois furos no cinto”, alertou.

O líder do PSD lembra que “nunca os portugueses pagaram tantos impostos”, acusando o Executivo de querer lançar “um adicional ao adicional ao IMI” e “mais um imposto, a taxa de proteção civil”. “Onde é que isto vai parar? Quando é que param com os impostos? É mais um, e mais um e mais um, é tempo de dizer basta de impostos”, reclamou.

Na Quinta da Malafaia, em Esposende, estiveram 2750 pessoas. Os eurodeputados Paulo Rangel e José Manuel Fernandes discursaram também na Festa da Europa, uma iniciativa que mostrou o reconhecimento popular pela mobilização do PSD e liderança de Rui Rio.