Rui Rio defende salário mínimo igual para o privado e o público

11 de dezembro de 2018
PSD

Rui Rio discorda da proposta do Governo que determina um salário mínimo diferente para o público e para o privado, defendendo que não deve haver discriminações. “Não compreendo. O salário mínimo, como o nome indica e bem, é um salário mínimo nacional, se é um salário mínimo nacional não podemos valorizar mais o trabalho no setor privado do que no público ou no público [mais] do que no privado”, afirmou Rui Rio.

O Presidente do PSD, que falava esta segunda-feira, no Porto, à margem do 23.º aniversário Clube Via Norte, considera que “Portugal deve ter um salário mínimo nacional, o mais alto que puder e que a economia permitir, mas deve ser igual para todos os portugueses, independentemente de trabalharem no setor público ou no setor privado”.

Para o líder do PSD, deve ser garantida a igualdade entre o privado e o público, sobretudo para proteger os salários mais baixos.
 

Greves mostram que “a política do Governo não é solução”

O Presidente do PSD afirma que não se recorda de tantas greves, previstas ou em curso, ao mesmo tempo. Este ambiente de contestação social constituiu, segundo Rui Rio, a prova de que a política do Governo não está a funcionar e contraria de forma clara o otimismo propagandeado pelo Executivo. “O Governo não tem investido; só tem distribuído sem critério às reivindicações do PCP e do BE. Era suposto que, estando a distribuir desta forma, estivessem todos contentes e que o descontentamento só viesse quando se notasse a falta de investimento. Eu não me recordo de tantas greves e isto é o indicador de que a política do Governo não é solução”, assinalou.
 

Governo deve retomar diálogo com os Bombeiros

Rui Rio apela ao Governo para que, em nome do interesse nacional, retome as negociações com a Liga de Bombeiros. As alterações que o Executivo pretende introduzir no funcionamento da Proteção Civil não devem ser feitas à revelia das corporações de bombeiros. “Eu acho que o Governo cometeu, naturalmente, um erro que é não ter dialogado com os bombeiros, não ter ouvido suficientemente a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Todos estão contra a reforma que o Governo pretende fazer”, explicou.

O Presidente do PSD não tem dúvidas de que a solução encontrada pelo Governo, e aprovada em Conselho de Ministros, “vai ser, aparentemente, muito difícil de levar a cabo” pelo que, espera, que “da parte do Governo haja o bom sendo de ouvir os bombeiros e que os bombeiros tenham a devida calma para o ouvir o Governo”.
 

Pagamento ao FMI é positivo, mas “dívida pública continua a subir”

Rui Rio entende que a notícia referente ao pagamento da última tranche que Portugal devia ao Fundo Monetário Internacional (FMI) é positiva, mas não trava a trajetória preocupante de endividamento do País. “O facto de Portugal ter pagado a última tranche [4,7 mil milhões de euros] ao FMI não quer dizer que a dívida pública tenha baixado. A dívida pública portuguesa tem subido todos os anos. No fim de 2019, vai ser em 20 mil milhões de euros mais alta do que era em 2015”, sublinhou.

Rui Rio lembra que o Tesouro apenas se limitou a substituir um empréstimo contraído a uma taxa de juro mais baixa, para amortizar um empréstimo que tinha uma taxa de juro mais alta. No entanto, adverte Rui Rio, será preocupante quando chegar “o dia em que as taxas de juros vão começar a subir” e aí “Portugal terá um problema sério, porque o ‘stock’ de dívida não baixou, subiu e, portanto, vai incidir uma taxa mais alto sobre um ‘stock’ que é muito elevado”.