Rui Rio alerta para a “ausência de paz social”

7 de dezembro de 2018
PSD

A multiplicação de greves e a baixa execução dos fundos comunitários foram duas preocupações que Rui Rio transmitiu ao Presidente da República, durante a audiência de quinta-feira, no Palácio de Belém.

O Presidente do PSD lembra que o aumento do “descontentamento e a ausência de paz social” por todo o País são sintomas de que “ao contrário do que o Governo tem vindo a dizer, as coisas não estão bem, nem Portugal está fantástico”. O principal indicador, aponta Rui Rio, é o corrupio de greves que nos últimos meses têm dificultado a vida dos cidadãos: nos transportes, na saúde, na justiça, no setor da economia e das exportações. “Penso que ainda me chegam os dedos das mãos para contar as greves que tem havido nos últimos 15 dias, mas já estou muito perto dos dedos da mão não me chegarem”, afirmou, referindo-se a protestos como o dos enfermeiros, médicos, técnicos e auxiliares de diagnóstico, juízes, bombeiros ou estivadores.

O Presidente do PSD partilhou com Marcelo Rebelo de Sousa a preocupação quanto à “baixíssima taxa de execução dos fundos comunitários”. “Portugal precisava de investimento, de crescimento económico, de capital (…) Estão neste momento mais de 1.700 milhões de euros em Bruxelas se fizermos a comparação ao que era a execução do quadro comunitário anterior, é algo extraordinariamente grave para a economia portuguesa”, denunciou.

Rui Rio recordou exige ao Governo mais empenho na utilização das “verbas que Portugal tem à disposição” e que são fundamentais para melhorar a competitividade da economia. 

O Presidente do PSD comentou ainda a contradição de Mário Centeno que, enquanto responsável do Eurogrupo, pediu ao ministro das Finanças português, o próprio Mário Centeno, medidas adicionais para cumprir o Pacto de Estabilidade. “O próprio Mário Centeno, presidente do Eurogrupo, avisou Mário Centeno, ministro das Finanças, que as coisas não estão bem”, sintetizou Rui Rio.
 

Eleições legislativas: PSD defende 6 de outubro de 2019

O Presidente do PSD comunicou ao Chefe de Estado o dia 6 de outubro de 2019 como “a data mais equilibrada” para a realização das eleições legislativas. “Nós entendemos que em setembro é demasiado cedo por causa do mês de agosto, em que o país está relativamente parado. Outubro é o mês adequado e quanto mais cedo melhor, porque é preciso fazer o Orçamento do Estado”, afirmou Rui Rio, no final da audiência de cerca de uma hora com Marcelo Rebelo de Sousa.

Por estes motivos, acrescentou, “a data de 6 de outubro é a mais equilibrada, é o primeiro domingo que existe”. Rui Rio esteve quinta-feira, acompanhado no Palácio de Belém pelo vice-Presidente Salvador Malheiro, líder parlamentar, Fernando Negrão, secretário-geral, José Silvano, e pela vogal da Comissão Política Nacional, Cláudia André.

Depois de ouvir os partidos, o Presidente da República anunciou na manhã de sexta-feira que as eleições legislativas de 2019 serão em 6 de outubro e as eleições para a Assembleia Regional da Madeira irão realizar-se duas semanas antes, em 22 de setembro de 2019.