Reforma laboral: Incerteza transmitida pelo Governo não traz confiança

8 de fevereiro de 2018
PSD

Pedro Passos Coelho defendeu que “quando se pretende preparar o futuro, não se pode ficar no tacticismo, no jogo de cintura e na habilidade

Pedro Passos Coelho afirmou hoje que a ambiguidade nas repostas do Governo face à possível reversão da reforma laboral “não elucida, e se não percebemos com clareza o que quer, o que resulta é uma falta de confiança que sempre se paga”.

 O Presidente do PSD referia-se ao facto que o Executivo socialista ter uma resposta diferente para Bruxelas, para os investidores, para a geringonça e para o País. Na verdade, “o que é que o Governo quer fazer? Já alguém percebeu?”, questionou.

 Há um tempo, o primeiro-ministro disse, no seio da concertação social, que não faria alterações nesta matéria até 2016. Mas ainda hoje “não sabemos se querem ou não mexer nesta reforma. A Bruxelas dizem que não, mas se dissessem o mesmo ao PCP e ao BE, talvez houvesse menos ambiguidade”. O equilíbrio que o Governo tem de fazer com os partidos das esquerdas deve-se às suas escolhas. “O PS escolheu esta formulação, que de forma oportunista, pode governar. Esses equilíbrios não são fáceis, e há quem ache habilidosa a forma como os vão obtendo”, disse. Apesar de muitos considerarem que tal é fazer política, é necessário que a ação governativa se faça seguindo objetivos de forma convicta, digna, integra, apaixonada e dedicada. É importante saber com o que se conta para se fazerem escolhas. E para isso é preciso perceber qual o lugar que Portugal ocupa hoje.

Mas, tal como Pedro Passos Coelho defendeu, a forma de fazer política séria, é “com clareza, não é com indignidade e falta de princípios e convicções. Quando se pretende preparar o futuro, não se pode ficar no tacticismo, no jogo de cintura e na habilidade. Tem de se saber o que é, e o que se quer, pois quando não é assim, regressamos à ideia do pântano, e daí nunca se sai a nado”. Temos de saber o que somos e o que projetamos para futuro, pois “o futuro não se faz de história. O futuro guia-nos na ação presente e define-nos hoje”.

 Referindo-se à situação alemã, o líder social-democrata referiu que, tal como os jornais ilustram, “não há nenhum enunciado de reformas importantes para futuro. Porque é difícil concertar partidos que ocupam espaços contíguos e encontrar um terreno em que possam debater o futuro. Se essa ambição não estiver lá, não quer dizer que não vão governar, mas o que se trata é saber se podem ficar melhor ou pior nos anos que se projetam”.

Na tomada de posse da nova comissão política de secção do PSD de Lisboa, o Presidente do PSD reafirmou também que um novo ciclo se inicia no PSD nacional.

 Pedro Passos Coelho desejou que “o PSD possa, neste novo ciclo, projetar o essencial do que vê e sente e o que se quer para a sociedade. Nos traços mais essenciais, não mudamos o que somos. Somos um partido que sempre se afirmou contra os radicalismos e excessos da extrema-esquerda, do Estado, dos privilegiados. Estamos do lado da sociedade civil, dos que reclamam por condições de dignidade, que querem fazer pela vida e ser respeitados”.

 Neste novo ciclo, será muito importante incluir todos, sempre sem perda de dignidade e princípios. “Contem sempre comigo”, disse.