“Que em 2017 haja mais transparência na maneira como as coisas são feitas”

22 de dezembro de 2016
PSD

Pedro Passos Coelho afirmou esta sexta-feira, em declarações à imprensa no decorrer do Encontro Anual da Diáspora Portuguesa, que espera que o atual Executivo “possa cumprir” para 2017 “o Orçamento com mais transparência do que aconteceu em 2016”.

Sobre o valor do défice para o presente ano, o Presidente do PSD reiterou que “tudo aponta para que se possa ficar com um défice inferior ao de 2015” mas, contudo, essa pequena redução foi “conseguida à custa de medidas extraordinárias que não se podem repetir”:

"O meu desejo é que a meta do défice possa ser alcançada porque isso é importante para o país, mas a forma como atingimos essas metas, as escolhas que fazemos também são muito importantes. Eu espero que o Governo aproveite esta oportunidade melhor do que aproveitou em 2016", destacou.

"Esperemos que pelo menos haja mais transparência, menos opacidade na maneira como as coisas são feitas", apelou.

Sobre a solução apresentada esta semana pelo Governo para os lesados do BES, Pedro Passos Coelho foi claro:

Eu espero que esta solução não envolva riscos para os contribuintes senão aquilo que se está a prometer é um engano”, realçou lamentando ter de comentar um assunto sobre o qual nada sabe:

É um vício deste Governo. Faz anúncios, faz encenações, depois dá de forma particular, mas sem assumir a paternidade, informações a órgãos de comunicação social. E depois acha que com isso as pessoas ficam informadas sobre o que se vai passar. Mas não é bem assim, o Governo tem de dizer o que a gente não sabe", disse.

Para Pedro Passos Coelho, "o Governo não respondeu à oposição nem respondeu aos jornalistas e portanto fez uma encenação", o que considerou "lamentável".

O Presidente do PSD lembrou que esta sexta-feira há um debate no parlamento e afirmou:

"Espero que o primeiro-ministro explique qual é a solução, que riscos é que ela pode envolver. Eu espero que ela não envolva riscos para os contribuintes, porque, se envolver, então aquilo que se está a prometer é um engano".

Os portugueses não têm nenhuma culpa desse processo e portanto não têm nada que pagar por esses processos", afirmou dizendo também que "se for assim, então a encenação que foi feita é para dizer o que é simpático a uns - os que perderam - e para ocultar aos portugueses que são eles que vão pagar, o que seria uma coisa intolerável".

Sobre a promulgação do Orçamento do Estado para 2017,o líder do PSD destacou que o Partido votou contra o Orçamento pois não basta “que as metas para o défice sejam corretas e possam ser atingidas”:

"É verdade que nós votamos contra o orçamento. Para nós não basta que as metas para o défice sejam corretas e possam ser atingidas, interessa sobretudo que a consolidação possa ser efetiva, sustentável. Dito de outra maneira, que não se chegue aos objetivos assim a encolher a barriga, a suster a respiração com medidas extraordinárias", sublinhou.