PSD tem dificuldade em perceber eventual nacionalização do Novo Banco

24 de fevereiro de 2016
PSD

O Presidente do PSD disse ter muita dificuldade em perceber a possibilidade de nacionalização da banca, considerando que traduz uma imagem de fragilidade e evidencia “uma tentação de manter o país perto de um abismo de falta de confiança”. “Acho tudo isso uma tentação de manter o país perto de um abismo de falta de confiança que não se entende”, afirmou Pedro Passos Coelho.

O Líder Social-Democrata declarou que a possibilidade de nacionalizar esta instituição “é uma conversa” que tem “muita dificuldade em perceber”, argumentando que o país “está a fazer tudo ao contrário”, sobretudo numa altura em que deveria “estar interessado em criar condições de maior confiança para atrair o investimento externo, para poder vender como deve ser o Novo Banco, para poder ter investidores na TAP que pudessem garantir a sobrevivência da empresa”.

“Numa altura em que nós precisávamos de ter confiança, estabilidade e previsibilidade como um escudo que nos protegesse até de alterações mais sensíveis nos mercados financeiros como ainda há pouco tempo sucedeu, a última coisa que nos interessa nesta fase é andar a falar de reestruturação da dívida, de nacionalização de bancos”, sustentou.

Segundo o Presidente do PSD, discutir estes temas serve para “atrair todas as atenções negativas do mundo sobre Portugal” e só “isso conduz à fragilização da imagem e da confiança no país”. “Acha que faz algum sentido alguém pôr em hipótese fazer a nacionalização do banco” quando o Fundo de Resolução “está empenhado em conseguir um comprador, quer dizer, foi justamente o sistema financeiro que investiu quase 5.000 milhões de euros no Novo Banco para ver se o vende e se isso não traz prejuízo para a banca portuguesa”, questionou.

“Então era melhor dizer que não o querem vender e que querem que sejam os portugueses a pagar a sua nacionalização e que acham que o que é preciso fazer com a Caixa Geral de Depósitos ainda tem de ser agravado com um objetivo dessa dimensão”, realçou.

Pedro Passos Coelho disse que o objetivo era a venda do Novo Banco, mencionando que há partidos que “continuam a acreditar que a melhor forma de olhar para o futuro é nacionalizar as empresas, a banca e por aí fora”, uma experiência de “má memória” outros tempos em Portugal. “Eu dificilmente percebo como é que essa agenda interessa a Portugal hoje”, concluiu.