PSD deixou Portugal mais próximo da saída do Procedimento por Défices Excessivos

8 de maio de 2017
PSD

O governo liderado pelo PSD contribuiu para o equilíbrio das contas públicas. O País deveria estar a crescer  e a criar emprego. Assiste-se, contudo, a uma falta de ambição do atual Executivo.

Pedro Passos Coelho relembrou, esta sexta-feira, que o governo socialista, que precedeu o executivo por si liderado, deixou o País sem dinheiro. Agora, que as “contas estão mais equilibradas, e era suposto termos melhores condições para um desenvolvimento que crie emprego e crescimento, o que vemos não é o desejado: nunca tivemos tanta gente a ganhar o ordenado mínimo, o Estado nunca esteve tão à míngua de dinheiro, as dívidas dos hospitais cresceram 29% nos primeiros três meses do ano. Agora que era tempo de apostar no futuro, o que existe é uma espécie de autossatisfação por não termos outro resgate,” denunciou o Presidente do PSD.

A falta de ambição mora no Governo”, acusou o líder da oposição. Portugal precisa de pôr os instrumentos que tem ao serviço de uma ideia: “se queremos ter financiamento temos de pagar as dívidas, se queremos ser ajudados temos de nos ajudar a nos próprios”.

Para o Presidente do PSD, Portugal precisa de uma “agenda reformista que impulsione o País a crescer mais, que aproveite plenamente a conjuntura externa, que aproveite as vantagens da União Europeia”.

O Partido Social Democrata sempre se esforçou para que “Portugal pudesse ser um País mais desenvolvido. Fomos sempre adeptos da integração europeia, de um Portugal europeu, mas ao mesmo tempo atlantista. Quanto mais atlânticos e globais formos mais importantes somos na Europa”.

Tal como Pedro Passos Coelho afirmou, o Partido sempre teve uma “ideia europeia de abertura, não desconfiamos da economia social de mercado, dos investidores. Queremos que as pessoas tenham escolha. Na oposição, não queremos menos. Não passámos a querer um País fechado, em que a economia corra mal. Quando olhamos para esta maioria, vemos partidos que simbolizam isso. O PS diz que o PSD não está empenhado no sucesso do País, mas depois chumbam as nossas iniciativas e andam para trás e não para a frente. Mas o PSD tem um projeto de futuro. É a nossa história, no Governo e na oposição. E é por isso que mais tarde ou mais cedo somos chamados a servir o País”.

 

PSD fez com que Portugal estivesse mais próximo da saída do Procedimento por Défices Excessivos e de ter melhor rating

Mais de um ano e meio depois, “ainda estamos à espera de ver melhorado o rating, ainda estamos à espera de beneficiar da política monetária do BCE. Espero que não estraguem algumas taxas de juro que temos vindo a conseguir com as conversas de reestruturação da dívida. Agora que devíamos crescer como a média europeia, o Governo é pouco ambicioso e quer preservar a sua sobrevivência, não fazendo reformas e não preparando o futuro de Portugal dentro da UE.

O PSD deixou Portugal mais próximo da saída do Procedimento por Défices Excessivos e de ter melhor rating. “Um ano e meio depois, é inevitável, e ainda bem, que Portugal saia do Procedimento por Défices Excessivos. Mas precisávamos que as agências financeiras nos considerassem investimento. Queremos que o País possa melhorar o perfil do seu crescimento dos próximos anos, sem pôr em causa os serviços públicos. Queremos mais dinamismo para o território”, disse.

 “A falta de ambição de agenda reformista a pensar no futuro é o principal problema deste Governo”, afirmou o líder social-democrata. “Se alguém quer superar o que tem e criar algo de novo, não pode deixar de mudar alguma coisa, de fazer mais. O Governo e a maioria não têm essa agenda a pensar no crescimento e nas políticas públicas. Não têm uma ideia que projete o futuro.

Quando chegou ao governo, em 2011, o PSD encontrou um défice de 11%, deixando um défice de 3% no fim do mandato. “Demos um contributo muito certo para que as contas estivessem bem. Hoje, estamos muito satisfeitos por estarmos mais próximos do equilíbrio orçamental. Mas queríamos que as pessoas que governam fossem transparentes e corajosas quanto às políticas que usam. O Governo deve ter a coragem de apresentar as medidas às pessoas. Não criticamos a intenção de ter contas certas e equilíbrio orçamental. Mas esse equilíbrio deve ser usado como instrumento para promover o crescimento do país”, afirmou Pedro Passos Coelho.

Autárquicas: o PSD convida bons independentes para integrar as suas listas ou concorre com os próprios candidatos

Nós não corremos o risco de ver enxotado o nosso apoio a um presidente de câmara, como se os partidos fizessem mal aos independentes”, afirmou Pedro Passos Coelho. O PSD pode optar por convidar bons independentes para integrar as suas listas ou por concorrer com os próprios candidatos, porque tem “gente muito bem preparada para combater. O PSD apresenta-se de forma competitiva, com a melhor escolha e com bom programa para cada terra. Faz sempre um combate leal e prestará sempre um bom serviço, se assim for a vontade dos eleitores”.

Tal como o próprio afirma, “nunca há eleições democráticas decididas antes do dia da eleição. Estamos preparados para ganhar e para que valha a pena ganhar”.

Em Castelo Branco, onde esteve presente para apoiar a candidatura de Carlos Almeida, o Presidente do PSD reiterou que o PSD tem candidaturas que orgulham o Partido, candidaturas que levam as “localidades, o seu trabalho e os nossos cidadãos a sério”.

O Partido Social Democrata não encara as eleições autárquicas com favoritismo, tem ambição nas suas candidaturas. Tal como o líder social-democrata afirma, “nós não fazemos só as coisas fáceis, fazemos o difícil e mostramos a nossa fibra e fazemos as coisas como deve ser”.

 

Educação: maioria de esquerda promove o facilitismo

O Presidente do PSD afirmou que Portugal “tem andado para trás”. Referindo-se ao debate que decorreu na sexta-feira em plenário, em que se discutiram propostas para a Educação, o líder social-democrata enalteceu as reformas que o seu executivo levou a cabo. “A exigência por que lutámos está a perder-se. Ainda esta semana decorreram provas de aferição que são um gasto de recurso e um fator de perturbação na vida escolar”, afirmou. 

Por outro lado, os “exames que nos permitiam aferir avaliações desapareceram no 4.º e 6.º anos. Hoje, quisemos chamar a atenção de que é importante continuar a apostar em responsabilidade e autonomia para as escolas. Nós melhorámos uma alteração do governo que nos precedeu, que instituía os diretores de escola, que trouxe um princípio de gestão mais responsável. Aprofundámos este modelo que vinha de um governo socialista. O PS votou contra, porque as suas propostas querem aproximar-se da visão do PCP, de um modelo que fecha as escolas em torno dos professores e que retrai a responsabilidade que é sempre necessária quando se gere alguma coisa. Hoje, o PS está condicionado pelas forças da extrema-esquerda, que são contra a boa gestão”, acusou.

Mas Pedro Passos Coelho espera que as reversões não se estendam à reforma laboral levada a cabo. Uma reforma que ajudou a “criar emprego e a diminuir o desemprego. Esta reversão é o que querem a CGTP, o BE e o PCP. Se isso acontecesse, mais tarde ou mais cedo iríamos reverter o nosso resultado. Julgo que seja por isso que o Governo resiste em fazer a alteração”.

 

Almaraz: é preciso um diálogo com o Governo espanhol

O líder do PSD criticou a posição que o Governo tem adotado face a Almaraz, enaltecendo o trabalho de resiliência que os deputados e a distrital de Castelo Branco têm demonstrado no tema.

O atual Governo fez birra e não falou com o Governo espanhol. Depois, fez queixas e recuou”, disse. Mas o essencial é questionar porque é que “uma central com os anos desta pode estar a prolongar a sua atividade além do que é recomendável, pondo em risco o futuro de todos nós?”

Pedro Passos Coelho afirmou que “é preciso resolver este problema com o Governo de Espanha, para que não seja criado para Portugal um problema potencial. Eu falei disto com o primeiro-ministro de Espanha e ele mostrou-se consciente do impacto negativo que esta matéria tem sobre o país e sobre a importância de poder ter um entendimento com Portugal que possa resolver este problema”, concluiu.