PSD afirma que estratégia de crescimento do Governo é modesta

21 de abril de 2016
PSD

O Presidente do PSD considerou hoje que a estratégia de médio prazo que o Governo está a preparar aponta para um crescimento demasiado modesto, afirmando que "a estratégia que está desenhada não nos permitirá crescer nos próximos anos mais do que 1 a 2% ao ano. Se isso acontecer, o crescimento não será o suficiente nem para pagar as nossas dívidas, nem para reabsorver o desemprego desde a crise”, defendendo por isso que as perspetivas de crescimento para Portugal nos próximos anos precisavam de mudar de uma forma mais impressiva.

"Estamos a falar de uma perspetiva que vai até 2020", sublinhou Pedro Passos Coelho, lamentando que a estratégia económica que tem sido apresentada seja apenas "uma extensão daquilo que o Governo tem apresentado nos últimos meses".

"Ser cauteloso não tem nada a ver com ter uma estratégia económica arrojada", acrescentou, reiterando a necessidade de cautela porque o país não tem "muita margem para errar do ponto de vista das contas públicas”.

Durante uma conferência na FLAD, o líder do PSD abordou a questão do crescimento económico, apresentando o exemplo da Irlanda, que cresceu 7% em 2015 porque conseguiu atrair investimento estrangeiro. "Se os irlandeses foram bem-sucedidos nesse processo não há nenhuma razão para Portugal também não o ser", vincou, ressalvando, contudo, que para isso acontecer são necessárias políticas consistentes com esse objetivo.

Considerando que isso não deve ser motivo de disputa entre governos e quem está na oposição, Pedro Passos Coelho argumentou que todos têm "a ganhar em que esse processo seja bem-sucedido", quer aqueles que estão hoje a governar, quer "aqueles que têm a perspetiva de vir a estar no futuro". Desta forma, continuou, é necessário "ter um programa de médio prazo com objetivos que possam ser partilhados por todos e que não sejam tão genéricos que percam significado".

"Isso pode ser decisivo para conseguirmos captar o investimento externo que precisamos para dar a oportunidade ao país de aliviar o fardo de anos anteriores em que dívidas foram contraídas sem que se tivesse gerado um retorno económico e social adequado", declarou.