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“A posição do PSD é a posição deliberada pela Comissão” que aceitou a admissibilidade dos e-mails trocados entre António Domingues e o ministro Centeno. Foi assim que Hugo Soares definiu, hoje, a posição dos social-democratas, depois de o PS ter defendido que a troca de correspondência entre Mário Centeno e António Domingues pode ser consultada por todos os deputados dos grupos parlamentares representados na comissão de inquérito, embora esteja fora do objeto dos trabalhos.
“O que foi decidido foi não só a admissibilidade dos documentos, enviados pelo Dr. António Domingues, pela comissão parlamentar de inquérito, como a sua distribuição por todos os deputados que compõem a comissão”, afirmou Hugo Soares, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD. “Ainda ontem pedi ao deputado relator que consultasse os documentos para que pudesse tirar deles aquilo que entendesse colocar nas conclusões que deve ter o seu relatório. Esta minha declaração não teve qualquer oposição nem contestação por parte de nenhum grupo parlamentar”, acrescentou.
Para Hugo Soares, o PS foi apanhado de surpresa: “trata-se, provavelmente, de uma maldade que o PCP quis fazer ao Dr. Mário Centeno e ao PS, quiçá uma vingança pequena dentro da própria geringonça, mas isso é um assunto que têm de tratar entre eles.” A Caixa Geral de Depósitos (CGD) é um tema demasiado sério e não há qualquer dúvida, por parte do PSD, de que os documentos fazem parte do espólio da comissão de inquérito. A admissão dos documentos é o procedimento prévio à sua distribuição. É assim em qualquer lado do mundo.
“Se o PS, em vez de governar o país e de no Parlamento fazer o escrutínio que lhe compete, prefere fazer do Parlamento uma espécie de campeonato de jogos olímpicos, onde promove todos os dias cambalhotas de tipo diferente, esse é um problema do PS”, referiu o social-democrata.
Hugo Soares afirmou, ainda, que “se o PS tem contas a ajustar com o PCP e o BE que não o faça nunca à custa da verdade e dos portugueses. Classificar o acesso aos documentos apenas por curiosidade dos deputados nada dignifica, como ontem fez o PS, os trabalhos parlamentares e, sobretudo, demonstra bem a atitude leviana e de brincadeira com que o PS está a lidar com 5 mil milhões de euros que é preciso pôr na CGD.”
Caixa Geral de Depósitos está a fechar dezenas de balcões
O PSD quer saber quantos balcões da CGD foram encerrados no ano de 2016, no âmbito da gestão do banco, assim como o número de balcões encerrados e previstos encerrar em 2017.
De acordo com Hugo Soares, este "é um assunto da maior importância para que a comissão parlamentar de inquérito não se debruce sobre isto".
Foi assim entregue um requerimento ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito à recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à gestão do banco, para que este solicite esclarecimentos ao banco público.