PS, BE e PCP têm de esclarecer perdão de juros e capital aos bancos. Não se escondam “no folclore político”

6 de abril de 2017
PSD

Luís Montenegro desafiou hoje o Governo a responder “às perguntas diretas que nós colocamos”. O líder parlamentar do PSD questionou qual a credibilidade a que se referia o primeiro-ministro quando justificou a permanência do Estado no Novo Banco, com 25% através do Fundo de Resolução, tendo a Lone Star ficado com 75%. “De que tipo de credibilidade é que estamos a falar, da credibilidade do parceiro? Ou isto corresponde a uma exigência do próprio parceiro? E porquê? Para aportar mais garantias ao negócio?”

Custos da renegociação aos bancos na UTAO

O PSD vai insistir com o pedido à UTAO para calcular o perdão de juros e capital aos bancos acionistas no Fundo de Resolução, ontem chumbado pelos partidos que suportam o Governo. De acordo com Luís Montenegro, “a questão aqui é muito direta e objetiva: quanto custa a circunstância de se ter prolongado o empréstimo por 30 anos, com uma taxa de juro que os bancos vão pagar que é mais baixa do que aquilo que o Estado paga por emprestar o dinheiro correspondente”, destacou. O PSD estima que a revisão do empréstimo (renegociação da dívida), tenha um custo de “muitos milhões de euros”, pelo que insiste em apurar as condições da renegociação.

PCP e BE dedicam-se a “folclore político”

O PSD reiterou as críticas ao BE e PCP, acusando-os de “cinismo e hipocrisia” em matéria de negociação do Novo Banco. “PCP e BE sabem que não vão votar contra a decisão porque a decisão não é suscetível de uma decisão do Parlamento. Os projetos de resolução são para distrair, são para brincar, são folclore político”, acusou. Luís Montenegro reiterou que se trata de um negócio do Governo que suportam. Por isso, acrescentou que “é muito bonito andar a tentar mostrar as divergências quando se sabe antecipadamente que não se vai votar em sentido contrário”.

Sobre a posição de PCP e BE, Luís Montenegro levantou duas possibilidades: “ou perderam capacidade de poder influenciar a decisão do Governo e querem confessar isso publicamente” ou “querem fazer de conta que estão em desacordo”.