“Portugal precisa de reformas que coloquem a pessoa no centro da ação política”

7 de maio de 2017
PSD

 O Presidente do PSD afirmou que “chega a ser uma indignidade a forma como tratam os precários ou as carreiras contributivas mais longas” e que a resposta para que o Executivo tenha mais orçamento não é alterar a lei para que o Banco de Portugal entregue dividendos ao Estado

O PSD não acredita numa sociedade que nivele por baixo, mas sim numa sociedade onde todos tenham oportunidades e direito de escolha

No Governo e na oposição, o PSD quer sempre o melhor para Portugal. E não poderia ser de outra maneira. “Quem, como nós, fez tanto para que pudéssemos vencer as dificuldades só pode ter amor ao seu País e não pode desejar senão sucesso e boa sorte. Muito do que acontece hoje em Portugal deve-se ao facto de não termos hesitado em fazer o que era necessário para reformar a economia e as nossas estruturas sociais”, afirmou o Presidente do PSD.

 Os portugueses sabem que a preocupação do PSD foi a de reformar o Estado, e não a de ocupar o Estado.

 Pedro Passos Coelho acusou o Governo de não ter ambição para o futuro de Portugal. Na verdade, não se percebe como é que o Governo perde tanto tempo “a discutir como vai integrar precários e não a pensar no que o Estado deve fazer, que reforma é necessária e de quem são aqueles de que o Estado precisa para essas tarefas e que deve integrar, porque o Estado não pode ficar sempre na mesma. Podem dizer que é audacioso. Que as pessoas ficam agradadas com estes anúncios”. Mas o PSD “sempre quis o melhor para Portugal, e isso significa ter a coragem de dizer o que é preciso fazer. É mais importante agradar ou preparar o futuro? Preparar o futuro, sempre, e é por isso que hoje temos um futuro melhor”.

 Quando foi preciso fazer um acordo com os parceiros para reformar as leis laborais, o PSD teve a coragem necessária, e é por isso que hoje há emprego a crescer e desemprego a diminuir. Tal deve-se à “ação reformista que tivemos, e hoje ninguém identifica uma reforma deste Governo na área laboral que sustente estes resultados.”

 Portugal precisa de ajuda, mas tem de querer ser ajudado. Precisa de atrair investimento privado, para criar emprego e rendimento, para exportar mais, para satisfazer a necessidade de solver o Estado Social no presente e no futuro.

 No entanto, “para que acreditem em nós temos de mostrar o quanto acreditamos no futuro do País. E quem acredita não cruza os braços. Quem está no Governo distribui o que há, mas não prepara o futuro, porque não tem uma agenda de reformas. Isso percebe-se, mas não se desculpa. Desfazem reformas do passado mas não as têm para futuro”.

 Esta maioria não é realista, acusou Pedro Passos Coelho. “Quando não havia dinheiro, diziam que devíamos gastar mais. Agora que há, porque conseguimos dar uma ajuda decisiva, como podem prometer mais se não souberem ampliar o que somos capazes de fazer? Alguém tem mais rendimento sem fazer um esforço adicional, sem mudar alguma coisa? Se não mudarmos, não teremos mais do que temos. Mas queremos e precisamos de ter mais do que hoje”, afirmou.

 A resposta não é alterar a lei para que o Banco de Portugal entregue dividendos ao Estado. “O que é preciso é reformas que coloquem a pessoa no centro da ação política, as empresas no centro da dinâmica económica, para crescer mais e ter melhor educação, saúde, serviços públicos, e atacar as causas das desigualdades e injustiças”, disse.

 

Governo prefere projeto eleitoralista a projeto com futuro

Portugal devia estar a investir no futuro. Mas o PS está a ver se ganha as próximas autárquicas”, acusou o líder da oposição. “Chega a ser uma indignidade a forma como tratam os precários ou as carreiras contributivas mais longas. Cada vez que se pronunciam é para dizer que vão dar mais. Mas nada acontece”, disse.

 O mesmo acontece nos lesados do BES. “Um ano depois, já viram a solução a funcionar? Não. Os precários deverão conhecer uma lei a apresentar em 2018. Presume-se que antes das legislativas haja novidades, mas desde o ano passado se fala nisso. Onde está a seriedade?”, questionou.

 “O PSD não se demite de dizer que o rei vai nu e não vamos no peditório de que as coisas vão bem porque não são um desastre. Podíamos estar hoje melhor, podíamos ser considerados como seguros para investir pelas agências de rating, podíamos pedir o reconhecimento pelo nosso trabalho na UE, podíamos estar com mais convergência económica. Mas para isso é preciso autoridade, gerar confiança, e o que o Governo oferece é pedir que olhem para nós de outra maneira e se fazem o favor de mudar a notação. Se queremos confiança, porque falam da reestruturação da dívida? Nós não nos afastamos da nossa linha de levar a política e os portugueses a sério e de dizer que o que se está a passar não é conversa séria”, reiterou o líder social-democrata.

 O PSD pode mostrar que está disponível para que o País se possa transformar para melhor, mas para isso a maioria tem de alinhar essa vontade, e isso não se vê.

 O PSD será sempre “indispensável para que o País não se renda à ditadura do imediatismo e do curto-prazo. Nos próximos anos, como nos 43 que já passaram, o futuro mais ambicioso constrói-se com o PSD. Mantemos a nossa identidade e não nos desviamos da nossa função: representar a esperança e confiança no futuro, e não apenas na próxima eleição”.

 

O PSD continua a lutar por uma sociedade com menos desigualdades

O que menos conseguimos transformar foi ainda vivermos numa sociedade com muitas desigualdades e injustiças”, afirmou o líder da oposição.

 As pessoas não acreditam na democracia e nos políticos enquanto existirem desigualdades. O PCP e o BE querem um modelo onde não haja ricos, e onde as políticas ponham todos mais pobres, mais iguais, nivelando por baixo, como querem fazer com a educação.

 Esta não é a visão do PSD. O PSD quer “que as pessoas possam escolher a sociedade em que vivem e o seu projeto de vida de forma livre. Queremos que ninguém seja prejudicado, que cada um possa escolher com dignidade e liberdade o que puder ser melhor. Essas escolhas podem ser limitadas ao nivelar por baixo”, disse.

 Atualmente, temos uma sociedade que tem mais trabalhadores a ganhar o salário mínimo nacional.

 “Dizem que querem um modelo económico assente em valor acrescentado, mas nunca houve tanta gente a ganhar o SMN. Assim não somos mais desenvolvidos e justos. Estamos melhor por ter mais gente com emprego, mas não promovemos políticas que convidem as empresas a contratar pelo mais baixo preço. Pelo contrário, queremos que contratem pelo valor mais alto, e isso acontece se souberem acrescentar valor”, explicou Pedro Passos Coelho.

 Tal como afirma, “este Governo tem o país adiado. Queremos um projeto que ataque as causas das desigualdades, mas queremos alargar os rendimentos na sociedade, e para isso é preciso confiar na economia social de mercado, e não afugentá-los. Não gostamos que o País fique adiado devido ao preconceito ideológico do BE e do PCP.”

 PSD: há 43 anos a levar Portugal a sério

Hoje é um dia muito importante. É o nosso dia. O dia em que comemoramos 43 anos desde que Sá Carneiro criou o PSD”, afirmou Pedro Passos Coelho. Perante centenas de pessoas, o líder social-democrata afirmou ser “impossível, num dia como este, não dizer que é uma honra ter a oportunidade de liderar um partido como o PPD/PSD.

 Os 43 anos do Partido Social Democrata simbolizam também “anos que marcaram profundamente a vida do País. Em muitos dos momentos críticos mais relevantes, ajudámos a transformar o nosso país, a fazer as pessoas acreditar que valia a pena, com uma sociedade mais desenvolvida e com menos injustiças. Esta história teve a marca do PSD, de militantes do PSD, de pessoas nas freguesias, municípios ou governo que do lado do PSD deram o melhor de si próprias para que Portugal fosse hoje mais desenvolvido e membro pleno da União Europeia. Sempre com ambição”, disse.

 Pedro Passos Coelho partilhou que conviveu com muitos dos fundadores do PSD que ajudaram à transformação de Portugal. Tal como o próprio afirma, “sei como foi indispensável a qualidade de tantos dos deputados constituintes que tivemos. E sei o grande susto que os partidos da extrema-esquerda apanharam quando Sá Carneiro ganhou as eleições em 1979 e mostrou que o País podia ter um destino bem diferente, ainda nas fraldas da Revolução.

 A primeira vez que o PSD chegou ao governo mostrou por inteiro a sua força e mudou de forma exonerável o rumo do país. Nunca mais perdeu a ambição de não ser submetido à extrema-esquerda e aos totalitarismos.

 A génese social-democrata acredita que “tudo deve estar sujeito à pessoa, e tudo o que pode dar força, independência e capacidade crítica está na sociedade civil e na pessoa. Somos um partido profundamente popular, profundamente social-democrata, o que representou, em 43 anos, a nossa capacidade para dizer não aos projetos totalitaristas e autoritários, de unicidade democrática, não aos que queriam tornar o país uma mega empresa pública e queriam fazer do emprego um mega emprego público.”

Tal como o Presidente do PSD afirma, o PSD é “o partido da sociedade civil, das pessoas, o partido mais português de Portugal porque foi da profundeza da sociedade civil que nos afirmámos, com a nossa ação reformadora e libertadora. E é isso que representamos.”

 “O PSD sempre foi o Partido que deu muito para que a política estivesse ao serviço das pessoas”. E tal aconteceu que nos 10 anos de estabilidade política com Cavaco Silva, quando se começaram a dar os primeiros passos de integração europeia, quer mais tarde com Durão Barroso, Santana Lopes e com o governo de Pedro Passos Coelho. “O PSD está sempre cá para servir os portugueses em tempos de dificuldade e não para olhar para o seu umbigo e fazer do país uma ação autárquica”, disse.

 “Nenhum outro Partido conseguiu encarnar tão bem o mote de levar o País a sério. Pusemos sempre o País à frente de tudo e pudemos servir Portugal como nenhum outro”, exclamou, perante uma sala cheia de aplausos.