Pedro Passos Coelho: “Portugal não está a crescer como precisa”

10 de maio de 2017
PSD

O líder social-democrata acusou o Governo de não ter uma estratégia para o futuro do País

 

O Presidente do PSD afirmou ainda que é necessário fazer uma reforma da Segurança Social

 

 

O Presidente do PSD afirmou hoje que Portugal não está a crescer o que é preciso. Para Pedro Passos Coelho, “era melhor que crescêssemos mais, mas este Governo não tem ambição para pensar no futuro, só tem ambição para pensar nas autárquicas.”

 

Como não existe essa ambição de crescimento, o PSD está cá para puxar pelo País, está cá para dizer que nunca fica de braços cruzados. É por isso que estamos cá. Portugal precisa de um Partido que puxe mais pelo futuro do País e dos portugueses”, reiterou o líder social-democrata.

 

Portugal precisa de crescer mais, até porque “temos uma dívida muito grande para pagar, e que não é da nossa responsabilidade, herdámo-la do executivo anterior”.

 

A herança que o PSD deixou ao atual Executivo, pelo contrário, foi a de lutar para que Portugal tivesse futuro, pois “a nossa intervenção foi importante para termos perspetivas de um crescimento melhores do que aquelas que recebemos”. Foi uma reforma laboral que permite que hoje esteja a ser criado mais emprego e que esteja a reduzir o desemprego. Mas se dizem que foi tudo mal feito e com uma perspetiva tão negativa, porque é que o “primeiro-ministro não reverte esta reforma?”, desafiou o líder do PSD.

 

Atualmente, não há uma estratégia de futuro para o país, “só para o Governo. Há uma estratégia de equilíbrios para que a geringonça se possa manter no poder, e a única coisa que fazem é ir dando a ilusão às pessoas de que está tudo a caminhar bem para o futuro”.

 

As coisas podiam estar a ir melhor se houvesse uma agenda reformista para o País, mas isto não casa bem com o PCP e o BE”, denunciou o líder da oposição. O que se observa, no debate político, é uma “fantasia acerca da situação que o país atravessa”.

 

 

Segurança Social necessita de um modelo de reforma

Os partidos da maioria falam do problema da sustentabilidade da Segurança Social, quando antes diziam que não havia problema nenhum. Sempre que houve uma proposta do PSD para resolver este problema, “chumbaram tudo. Agora, que fizeram as contas, veem que falta dinheiro na Segurança Social”.

 

A reforma da Segurança Social há-de custar dinheiro, “mas é preciso fazer uma reforma. Se o dinheiro não for gasto em reformas, então estão a gastar mal o dinheiro”, acusou Pedro Passos Coelho. “Precisamos de dar segurança para futuro, e isso exige uma reforma da Segurança Social, mas é preciso ver que modelo de reforma precisamos.

 

Sobre o Banco de Portugal (BdP), o líder do PSD relembrou que foi durante 2016 que o Banco de Portugal alterou as suas matrizes de risco, e com isso provisionou menos do que o Governo PSD/CDS-PP conseguiu. Nessa altura, “perguntámos ao Banco de Portugal se não podiam dar um contributo maior para garantir que ficássemos abaixo dos 3% para sair do Procedimento por Défices Excessivos. O Governador disse que não, que com as matrizes de risco era imprudente. Em 2016, o Governo ficou com mais dividendos do BdP, porque este entendeu que devia adequar o risco de mercado de outra maneira quando fazia provisões”.

 

Quando dissemos que o Governo estava a preparar, com o BE, um saque às provisões do Banco de Portugal, o primeiro-ministro disse que não sabia do que estávamos a falar. Mas ele já deve ter percebido qual é a conversa. Para eles, tal como na Segurança Social, o que o é preciso é rapar o fundo ao tacho, ir buscar o dinheiro onde ele estiver, de modo a que possa pagar o menor esforço possível a mudar seja o que for, para depois fazer de conta que tudo está a correr bem”, denunciou.

 

O líder do PSD concluiu dizendo que se lembra de “governos com esta estratégia, que nos davam lições do que ia ser importante para o futuro, mas o problema foi o futuro. E quando ele chegou, as pessoas não acharam graça. O futuro constrói-se sempre no passado. Mas para o Governo, tudo o que de bom acontece deve-se ao Governo, o que for menos simpático é devido ao governo anterior. Preparam-se para esta cantilena para os próximos tempos, até os factos mostrarem que não se fez o que era preciso.  Este Governo não faz o que é preciso, e essa é uma responsabilidade da maioria”.