Pedro Passos Coelho: "Governo tem sido useiro e vezeiro com o dinheiro dos contribuintes"

7 de abril de 2017
PSD

Ontem à noite, em entrevista à SIC, Pedro Passos Coelho acusou o Governo de ser “useiro e vezeiro com o dinheiro dos contribuintes”.

O Presidente do PSD alertou para a incerteza criada com a venda parcial (apenas 75%) do Novo Banco, tendo os restantes 25% ficado no Fundo de Resolução, e criticou o facto de não se ter encontrado uma solução que permitisse vender a totalidade do "banco de transição".

Para o líder do PSD, este processo falhou ainda no que diz respeito ao perdão dos bancos e ao facto de estes ainda poderem ser chamados “a responder por perdas de um concorrente, o que é perverso”. Na prática, o que o Governo fez foi perdoar quase metade do empréstimo, pois, "os bancos irão pagar de juros por esse dinheiro é seguramente menos do que o Estado tem pagar para se financiar em igual montante", o que representa uma "prejuízo desnecessário para os contribuintes”.

Pedro Passos Coelho destacou ainda a estabilização que o seu governo alcançou no sistema financeiro, pois “os problemas na banca de hoje não são seguramente comparáveis com os problemas que eu encontrei”.

Meta do défice foi alcançada com o Plano B

Pedro Passos Coelho salientou, ainda, a desaceleração do crescimento em 2016. Tal como o líder social-democrata afirma, “nós perdemos um ano na recuperação económica do país que vinha a acontecer desde 2014, e crescemos menos em 2016 do que tínhamos crescido em 2015”.

Defendendo sempre o melhor resultado possível para Portugal, pois infelizmente foram muitos os sacrifícios que os portugueses tiveram de fazer, o líder da oposição salientou que a meta do défice apenas foi alcançada devido ao uso de um plano B, algo que o Governo não admite.

Os objetivos para o orçamento foram alcançados por este Governo com a adoção de um Plano B que se baseia em medidas extraordinárias que foram tomadas do lado da receita. O Governo mudou de estratégia para atingir o défice que atingiu. E isto vai ter custos”, disse.

 É importante dizer que “o défice que alcançámos em 2016, se tivesse em conta com as medidas extraordinárias que do lado da receita teve, teria sido de 2,7%. Se a isso acrescentarmos o corte cego que foi feito no Estado e no investimento público, que foi o mais baixo da democracia portuguesa, então o défice tinha sido de 3,2%. É a verdade. Isso não significa que não seja bom cumprir um défice de 2,1%. Prefiro que o Governo tenha atingido a meta do défice, mesmo que recorrendo a um plano B que teve custos e que terá custos, do que se ter falhado a meta do défice”.

Na realidade, o Executivo, em vez de conseguir um crescimento que nos ponha em convergência com a União Europeia e que retire Portugal de uma situação de stress, está a “gerir a conjuntura em vez executar um programa ambicioso de reformas”. O PSD continua a querer que se alcance um crescimento mais forte, que é o que Portugal merece, e para isso não devem ser desperdiçadas oportunidades.  “Não há nenhuma razão para que não possamos crescer mais, o que é preciso é ter as políticas adequadas”, afirmou Pedro Passos Coelho.

O mesmo Executivo é “suportado por uma maioria parlamentar que faz encenações diárias se apoiam ou não o atual Executivo”. Pedro Passos Coelho afirma ainda que “a responsabilidade pelo Governo que temos não é minha. É dos partidos da esquerda parlamentar”.

Autárquicas: objetivo do PSD é alcançar o maior número de mandatos

O PSD, enquanto partido que tem o processo autárquico mais adiantado, tem um objetivo claro: ganhar o maior número de mandatos nas eleições de 1 de outubro.

Nós temos o objetivo de ter o maior número de mandatos: seja em Câmaras Municipais seja em Juntas de Freguesia”, afirmou Pedro Passos Coelho.

O PSD tem trabalhado para escolher os melhores candidatos, prontos para servir os munícipes e os municípios, pelo que a liderança de Pedro Passos Coelho não está em causa.

Portugal deve valorizar as entidades independentes

O líder do PSD afirmou que “teria gostado de ver o Presidente da República defender a independência do Conselho de Finanças Públicas, quando foi fortemente atacado pelos partidos da maioria, pelo Governo e pelo próprio primeiro-ministro".

Pedro Passos Coelho já tinha chamado a atenção para a necessidade de se promover e valorizar a autonomia das instituições independentes, algo que o Governo de António Costa não tem vindo a fazer.

Clique na imagem e reveja alguns dos momentos da entrevista