«O objetivo do país não é ter um défice de 3%»

26 de junho de 2016
PSD

Maria Luís Albuquerque afirmou este sábado, 25 de junho, que no discurso do atual Governo “já ignoraram o 2,2% e já dizem que vão ficar abaixo de 3%. É preciso lembrar que o objetivo do país não é ter um défice de 3%. Três por cento é o défice máximo que deveríamos ter quando as coisas correm muito mal. O objetivo é ter um orçamento equilibrado".

A Vice-Presidente do PSD, que falava no decorrer de um encontro com Militantes da distrital do PSD Área Oeste (Torres Vedras), também referiu que  não acreditar que o Governo consiga alcançar um défice de 3% no final do ano e foi mais longe ao afirmar que "não é possível, porque há áreas que estão sobre orçamentadas, porque o crescimento está muito abaixo daquilo que devia ser, o que tem impactos na receita e porque os aumentos da despesa são maiores do que o previsto inicialmente".

Ao contrário deste Governo, Maria Luís Albuquerque defendeu que não existe "um virar de página" e demonstrou "preocupação" pelos aumentos que o Governo tem vindo a fazer.

"Não é possível dar tudo a todos tão depressa porque, se o fosse, já o teríamos feito e não temos nenhuma obsessão ideológica".

Segundo a social-democrata, António Costa tem vindo a "satisfazer interesses particulares corporativos representados pelo BE, PCP e até pelo PAN para poder manter o Governo sustentado no Parlamento".

Em consequência, defendeu, começam a existir "pagamentos que ficam em atraso, porque não há dinheiro para fazer face a essas responsabilidades" e começam a surgir resultados que demonstram "quebra da confiança por parte de quem nos observa de fora e de dentro, alargamento das taxas de juro e total estagnação do investimento".

Sobre a Caixa Geral de Depósitos, o PSD quer conhecer os motivos do Governo para injetar 4.000 milhões de euros na Caixa Geral de Depósitos, porque não quer uma "autópsia", mas "evitar que (o banco público) morra".

"Não queremos fazer uma autópsia, queremos evitar que o doente morra. Queremos e temos o direito de saber, num banco que é público, se há problemas que justifiquem a injeção de quatro ou cinco mil milhões para podermos democraticamente discutir e para termos uma palavra a dizer em tempo útil e não depois do facto consumado", disse.

Maria Luís Albuquerque justificou assim o pedido de uma comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD), depois de várias tentativas para conhecer a situação do banco público e consequentes recusas de esclarecimento pelo Governo.

"É muito preocupante a falta de respeito democrático que está subjacente a estas reações".

Para a Vice-Presidente do PSD, é fundamental perceber se também "há outras questões a ver com o sistema bancário metidas dentro do mesmo saco e saber se a CGD vai dar como perdidos muitos dos empréstimos que concedeu ou se vai atrás desse dinheiro".