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O secretário de Estado das Finanças, Mourinho Félix, desmentiu o primeiro-ministro ao admitir, hoje, em entrevista ao Jornal Económico, a existência de garantias públicas para o negócio do Novo Banco. No Parlamento, aos jornalistas, Leitão Amaro considerou ainda que está entre "o caricato e o lamentável" o "número para consumo doméstico" protagonizado igualmente por Mourinho Félix na reunião do Eurogrupo sem ter "a coragem de transmitir aos outros Estados” o pedido de “demissão do presidente daquela instituição”,Jeroen Dijsselbloem, respeitando, a posição expressa pelo povo português e pela Assembleia da República.
O Governo tem de divulgar as condições, termos e custos do empréstimo ou garantia na venda do Novo Banco. "É lamentável que o primeiro-ministro tenha faltado à verdade aos portugueses no que, afinal, está previsto no negócio. Além do primeiro-ministro ter tentado esconder o empréstimo ou garantia pública, escondeu as condições, os termos e os custos desse empréstimo", afirmou o deputado social-democrata.
Em entrevista, Mourinho Félix afirmou sobre o Novo Banco: "a forma concreta que venha a ter esse financiamento, um empréstimo ao Fundo de Resolução ou a concessão de uma garantia para que o Fundo de Resolução se financie junto do sistema financeiro será analisada e registada nas contas públicas quando e se se vier a verificar".
Referindo-se a estas declarações, Leitão Amaro exigiu que, "de uma vez por todas", o Governo diga "quais são os termos e o custo desse empréstimo ou garantia do Estado, ou seja, o envolvimento do dinheiro dos contribuintes".
"António Costa disse, há uma semana, que a venda do Novo Banco não envolvia empréstimo ou garantia do Estado, disse aliás mais, repetido pelo ministro das Finanças: que tinha sido uma das grandes condições que tinham enunciado para o negócio", vincou o deputado social-democrata. "Veio hoje o secretário de Estado Mourinho Félix dizer que admitia o empréstimo ou garantia do Estado no negócio do Novo Banco. O próprio secretário de Estado a desmentir o primeiro-ministro", acrescentou.
Sobre a primeira reunião do Eurogrupo após as declarações do seu presidente que, numa entrevista, referindo-se aos países do Sul da Europa, disse que "não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda", o PSD criticou a ausência do ministro das Finanças português, Mário Centeno. "O Governo não se fez representar pelo ministro das Finanças, só isso um sinal preocupante de falta de frontalidade e de coragem", declarou.