Governo pratica política salarial inconsistente

26 de janeiro de 2017
PSD

O líder parlamentar do PSD acusa o Governo de ter imposto “uma política salarial com pés de barro”, na medida em que o Executivo teve de encontrar “uma compensação” de recurso para as empresas.

Luís Montenegro adverte que “no âmbito de uma discussão em que, por um lado, há uma decisão imposta pelo Governo de atualização do SMN (…) e, por outro, há uma ausência de estratégia económica que possa gerar índices de crescimento da economia e ganhos de produtividade que sustentem esse crescimento”, disse, acrescentando que o Governo está a impor uma política salarial vulnerável e inconsistente.

No final da reunião da bancada social-democrata e comentando a redução do pagamento especial por conta como alternativa à reprovação da redução da TSU, Luís Montenegro admite que o PSD é favorável à “discussão sobre uma política fiscal mais atrativa, nomeadamente através da baixa do IRC”. Recusou, contudo, a política económica seguida pelo Governo, assente numa lógica de “política à la carte”, sem uma estratégia direcionada para o crescimento.

Interrogado sobre qual será a posição em matérias como as Parcerias Público-Privadas na Saúde ou na regulamentação da Uber, Luís Montenegro esclareceu que os sociais-democratas estão, como sempre, disponíveis para discutir todas as questões no parlamento. “O primeiro-ministro quer discutir a política de saúde com o PSD? Vamos discutir a política de saúde. O primeiro-ministro quer discutir connosco a política de transportes? Vamos discutir a política de transportes”, afirmou, acrescentando, contudo, que o PSD estará indisponível “para servir de muleta ou tábua de salvação a um primeiro-ministro que não consegue apoio onde disse que o tinha”.

O líder parlamentar do PSD lamentou que, na quarta-feira, o primeiro-ministro tenha optado por ausentar-se do debate das apreciações parlamentares dos parceiros tradicionais da atual maioria: “Mas esteve muito diligente a seguir para reunir com os parceiros sociais, não na sede da concertação social, mas na sede do Governo, ilustrando bem o respeito que tem pela concertação e pelo parlamento.”