Declaração de Marco António Costa à Imprensa - 15/01/2014

15 de janeiro de 2014
PSD
2014 – Um Ano para um Novo Compromisso Social, Um Contrato de Responsabilidade
 
"Duas emissões de divida pública, a do passado dia 9 e a de hoje, atestam que a percepção de risco que os investidores têm sobre a dívida portuguesa está a diminuir consideravelmente.
 
Na operação de hoje, o Estado obteve hoje 1.250 milhões de euros num leilão duplo de bilhetes do Tesouro. Os juros atingiram metade do valor pago anteriormente.
 
Desde 2009 que Portugal não conseguia uma colocação de divida a juros tão baixos. Há cinco anos que tal não acontecia!
 
A procura ultrapassou várias vezes a oferta.
 
Estas são, como é óbvio, muito boas notícias para Portugal.
 
Em linha, aliás, com outras recentemente divulgadas, igualmente muito positivas, e que atestam que Portugal está no rumo certo.
 
A Taxa de Desemprego voltou a recuar para 15,5 por cento em Novembro.
 
A produção industrial portuguesa acelerou 3,1 por cento em Novembro, face ao período homólogo, depois de um crescimento de 3 por cento, em Outubro. 
 
O ritmo de crescimento da produção industrial nacional foi muito superior à média na Europa. 
 
O indicador para a economia Portuguesa da OCDE está há 18 meses consecutivos a subir, apontando para uma melhoria da conjuntura económica portuguesa. 
 
Os dados relativos a Novembro voltam a mostrar, pelo 4º mês consecutivo, uma aceleração do indicador.
 
Mas as boas noticias não se ficam por aqui. As exportações continuam a crescer, Portugal apresentou pela primeira vez, em pelo menos mais de duas décadas, um saldo externo positivo. O clima de confiança das famílias e dos empresários está a subir.
 
O Banco de Portugal reviu em alta as projeções para a economia portuguesa, prevendo crescimentos de 0.8 por cento e 1.3 por cento em 2014 e 2015.
 
Todos estes indicadores revelam que Portugal está a sair da crise económica e financeira em que estava afundado em 2011.
 
Ora estes sinais positivos, a par do desempenho altamente encorajador dos juros das emissões de divida pública, não devem constituir motivo de silêncio para o PS, nem razão para ficar zangado com estes sinais ou revelar indisposição face às boas notícias.
 
O PS deverá tomar estes sinais como um alento à sua disponibilidade para moderar a acção de bloqueio que pretende assumir relativamente à governação.
Mais: o PS deveria olhar para o exemplo do presidente francês François Hollande que, à semelhança do governo português, traçou o rigor e a disciplina, como método fundamental de um novo tempo para a França. 
 
E permitam-me até afirmar que, aparentemente, tal como o PS de outros tempos em Portugal, também o senhor Hollande meteu o socialismo na gaveta.
 
O PSD sempre defendeu que 2014 seria o ano da mudança e estes indicadores ainda relativos a 2013 traduzem e confirmam isso. 
 
Por isso, voltamos a afirmar com toda a convicção: é tempo de gerar consensos à volta dos reais interesses de Portugal e dos portugueses.
 
O PSD e o Governo têm assumido as suas responsabilidades, governando com rigor e transparência, tomando medidas tão impopulares quanto necessárias, consertando os estragos deixados por uma governação ligeira e irresponsável, que nos conduziu ao resgate de 2011.
 
E procurando, no Parlamento, em sede de concertação social e no relacionamento institucional com outras forças políticas e da sociedade civil, gerar os consensos que o país precisa.
 
Vivemos tempos difíceis que obrigam a sacríficos por parte de todos, mas penso que hoje podemos dizer que conseguimos que Portugal apanhasse o comboio da recuperação económica.
 
Como compreender então que o principal partido da oposição continue indisponível para estabelecer os acordos tão necessários ao futuro de Portugal?
 
Numa altura em que a própria UGT já se disse disponível para um compromisso importante no pós-troika e em que a generalidade dos parceiros sociais tem manifestado abertura para o diálogo, como compreender que o Partido Socialista teime em continuar a fazer contra-vapor?
 
2014 poderá ficar como o ano do fim da troika, do crescimento económico e da comemoração dos quarenta anos de democracia, mas acima de tudo deverá ser o ano de construção de um diálogo social amplo, em nome dos interesses nacionais.
 
É tempo de Portugal celebrar um novo compromisso social. Parafraseando o presidente francês, François Hollande, é tempo de um contrato de responsabilidade". 
 
 
15 de Janeiro de 2014