CGD: as verdades inconvenientes que a maioria quer esconder

15 de fevereiro de 2017
PSD

Foi em janeiro de 2016 que o atual Executivo anunciou ao país que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) estava numa situação aflitiva e que era urgente uma capitalização que se situaria nos cinco mil milhões de euros. Esta capitalização foi apelidada de urgente e vital para o banco e para o sistema financeiro.

Passou-se mais de um ano, e nem um euro este Governo colocou no banco público. Afinal, o urgente tinha tempo, e o buraco eram projeções mal feitas pelo Dr. Centeno enquanto diretor de estudos macroeconómicos do Banco de Portugal”, acusou Hugo Soares, numa declaração política em plenário.

Esta é a primeira verdade, nua e crua, que os portugueses devem saber.

Tal como o vice-presidente da bancada social-democrata afirmou, “o que falta em euros sobrou em opacidade, falta de transparência e de vergonha”.

A segunda verdade que os portugueses têm direito de saber é por que razão a CGD precisa de cinco mil milhões de euros  dos contribuintes.

E aí, começou a construção de um muro contra a verdade”, tal como enumerou Hugo Soares.

PS, PCP e Bloco de Esquerda chumbaram uma comissão de inquérito.

Quando o PSD propôs uma comissão de inquérito potestativa, PS, PCP e Bloco de Esquerda chumbaram o objeto da comissão de inquérito.

Quando o PSD quis ouvir Armando Vara, a Deloitte, a McKinsey, entre outros com responsabilidades na CGD nos últimos dez anos, PS, PCP e Bloco de Esquerda chumbaram.

Quando o PSD quis documentos, o PS, PCP e Bloco de Esquerda chumbaram.

Quando o PSD quis ouvir António Domingues e Mário Centeno, o PS, PCP e Bloco de Esquerda chumbaram.

Quando o PSD apresentou requerimentos potestativos, o PS, PCP e Bloco de Esquerda chumbaram.

Nesta comissão de inquérito, os senhores não deixam fazer perguntas, porque têm medo das respostas. Não permitem ouvir depoentes, porque têm medo do que vão ouvir. Não querem documentos, porque têm medo do que vão ler. Os senhores têm medo, submissão e falta de transparência”, denunciou o social-democrata.

Uma comissão de inquérito tem de ser o contrário. É coragem, independência e transparência, tudo o que tem faltado à maioria que apoia o Governo. Este comportamento, inédito, “põe em causa a descoberta da verdade e impossibilita a comissão de inquérito. Mas pior, os senhores com este comportamento não dignificam a vida parlamentar. Desprestigiam a Assembleia da República e põem em causa o normal funcionamento das instituições”, afirmou Hugo Soares.

Estão a fazer um boicote à democracia, que veda a informação que os portugueses exigem saber.  O PS não quer saber a verdade, facto suportado pelo BE e pelo PCP. Estes últimos, aliás, partilham a culpa e o medo, mas qual o preço desta cumplicidade? E a troco de quê?