CGD: O que esconde a maioria de esquerda?

15 de fevereiro de 2017
PSD

Apesar do chumbo da maioria de esquerda e de comentários do presidente da Assembleia da República, o PSD garante que tudo fará para que a verdade seja apurada, no que diz respeito à gestão do processo da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Para Luís Montenegro, é a estabilidade da democracia que está em causa.

“Quero dizer de uma forma muito clara e direta que mau serviço é não cuidar com dignidade do Parlamento”, afirmou hoje Luís Montenegro, presidente do Grupo Parlamentar do PSD (GPPSD). Em causa está a posição manifestada pelo presidente da Assembleia da República (PAR) depois de PSD e CDS-PP terem levado à conferência de líderes o assunto da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mais concretamente a troca de mensagens entre o ministro das Finanças e António Domingues. Como transmitiu o social-democrata, o presidente da Assembleia da República considerou que as duas bancadas fizeram “um mau serviço”.

Os partidos que suportam o Governo no Parlamento chumbaram, ontem, requerimentos que exigiam a consulta de e-mails e mensagens trocadas entre Mário Centeno e o ex-presidente da CGD. Para Luís Montenegro, “o Partido Socialista, o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda querem como que suspender a democracia e limitar, de uma forma absolutamente intolerável, o funcionamento de uma comissão parlamentar de inquérito e o exercício de direitos potestativos das oposições”. No seu entender esta situação está a “criar um ambiente intolerável que tem, de resto, arrastado as mais altas figuras do Estado”.

O PSD exigiu, assim, à maioria de esquerda que reconsiderasse a sua decisão até às 18h desta quarta-feira, pois estão a “obstruir o funcionamento da democracia” e a contribuir para que o Parlamento abdique “de uma das suas missões mais relevantes: a de escrutinar o Governo e a sua administração”. O desafio lançado foi instantes depois rejeitado por PS, PCP e BE.

O presidente do GPPSD acusou PS, BE e PCP de estarem a desestabilizar a democracia. “Devem ter medo de alguma coisa que nós não conseguimos identificar”, reiterou. Com a comissão parlamentar de inquérito à CGD será possível “tirar conclusões” que venham a beneficiar o país e a “restabelecer a normalidade e a estabilidade do sistema financeiro”.

É cada vez mais importante apurar a verdade no que diz respeito ao processo CGD. Contudo, a maioria de esquerda está a “sonegar informação”, acusou o social-democrata. Mas o PSD confirma que tudo fará “para preservar a democracia” e para não permitir que a “atitude totalitária desta maioria” vingue. “Portanto, iremos até às últimas consequências pugnar, lutar pela dignidade da instituição parlamentar”, avisou reforçando que “nós não calamos a nossa voz”.