CGD: Autoridade Bancária Europeia confirma posição do PSD

4 de janeiro de 2017
PSD

“A minha perspetiva, com o conhecimento que tenho, é que a Caixa não precisa de 5 mil milhões de euros e, porventura, não precisará de metade disso para cumprir a sua missão”, afirmou o presidente do PSD, em junho de 2016. Na altura, a comunicação social avançou que o Governo estaria a negociar com Bruxelas um plano de recapitalização entre 4 e 5 mil milhões de euros. Agora, a Autoridade Bancária Europeia confirma a afirmação do presidente do PSD, ao indicar que as imparidades da Caixa Geral de Depósitos (CGD) estavam em linha com as dos restantes bancos, em junho do ano passado.

Assim, como afirmou Pedro Passos Coelho à data, o banco público não precisaria de uma injeção de capital naquele montante. Um montante que o Governo nunca esclareceu, apesar dos vários pedidos de esclarecimento apresentados pelos social-democratas, tanto em debates parlamentares como através de um conjunto de questões enviadas ao primeiro-ministro e ao ministro das Finanças.

De acordo com dados da Autoridade Bancária Europeia, de dezembro, que o jornal Público recupera esta quarta-feira, as imparidades da CGD, no final de junho de 2016, estavam em linha com os bancos nacionais e com a média europeia.

No que diz respeito aos bancos portugueses, as imparidades em percentagem do crédito em risco (non-performing loans, NPL) da Caixa, situavam-se em 46,9%, acima do valor do BCP e do BPI, ainda que ultrapassadas pelo Novo Banco e o Crédito Agrícola e comparando com uma média de 44% dos seis bancos portugueses, para os quais há resultados. Face ao contexto europeu, os 51 bancos avaliados pela Autoridade Bancária Europeia revelam uma média de 52,5%.

Na análise da Autoridade Bancária Europeia, verifica-se a mesma tendência quando são tidos em conta as imparidades e os colaterais do banco público.

Ainda assim, António Domingues deixou o cargo de presidente da Caixa Geral de Depósitos com um plano que prevê um substancial aumento das imparidades, que deverá conduzir a prejuízos históricos do banco público.

Questionado sobre as imparidades, na comissão parlamentar que decorreu esta quarta-feira, António Domingues deixou a possibilidade de a nova administração do banco público fazer uma revisão do valor que a sua equipa estimou. “A estimativa que eu fiz para as imparidades conduz a que a necessidade de injetar 2,7 mil milhões se justifica”, disse ainda António Domingues aos deputados.