André Ventura: Modernizar Loures

5 de maio de 2017
PSD

Loures é, hoje, um concelho que não está a responder ao seu enorme potencial. Para André Ventura, o cenário não podia ser mais claro: a matriz ideológica da atual presidência da Câmara impede o concelho de andar em frente, de criar mais emprego e riqueza.

Modernizar Loures é, por isso, um dos objetivos do professor universitário, que concorre à autarquia dando continuidade à intervenção pública que já o distingue. Traz consigo uma visão global de Loures, que passa por mostrar que o concelho se estende para lá da cidade. Uma visão que o motivará a criar políticas de coesão territorial, social e geracional que quebrarão, de vez, com as atuais “políticas de remendo pontual”.

A meta final está traçada: dentro de quatro anos, André Ventura quer ver Loures entre os 10 concelhos mais atrativos para viver e trabalhar. A estratégia para lá chegar também já está definida e passa por “colocar as famílias e as pessoas de Loures em primeiro lugar”. São eles a prioridade, num concelho onde, assegura, o Executivo tem tido outras preocupações.

Por isso, o compromisso que André Ventura assume para com os munícipes marca um ponto de viragem na história da autarquia: “Loures no mapa, sim, pelas boas razões.”

 

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[P] Que retrato faz da cidade de Loures?

[R] Temos de olhar para Loures não só como cidade, mas também como concelho. É um retrato que tem duas visões. Uma visão de reconhecimento de que, de facto, alguma coisa tem sido feita. E uma outra visão, essa sim que me preocupa mais – o que não tem sido feito. Noto que, com o potencial que tem, Loures poderia estar muito mais à frente. Essa é a grande questão que os homens, as mulheres, os jovens de Loures devem colocar: por que é que Loures está como está, com o potencial que tem?

Este é um concelho com um potencial enorme, humano, geográfico, natural, a todos os níveis... Esse potencial tem de ser unido a um potencial de emprego, de empresas, de tecnologias, de “smart cities”, cidades inteligentes, de concelho modernizado. E isso não tem sido feito.

Hoje, olho para Loures com esta preocupação de notar um concelho com um enorme potencial, mas com imenso por fazer. Não se tem tornado num potencial real. Este é também um dos motivos desta candidatura: levar Loures para o patamar que merece.

Muitas vezes falamos de Loures como cidade. De facto, Loures é uma grande cidade. Mas é apenas uma parte do concelho de Loures, em que vive mais ou menos 15% da população. Temos de olhar para Loures com uma perspetiva global. É um concelho com mais de 200 mil pessoas. É um concelho com um potencial geográfico enorme em termos de dimensão e de recursos. É um concelho extraordinariamente importante do ponto de vista da localização. É um concelho com uma faixa etária jovem muito significativa. Ou seja, é um concelho com um potencial enorme de desenvolvimento.

É a forma preocupante como olho para o concelho de Loures que, com este enorme potencial, não o transmite em termos de qualidade de vida das pessoas, de segurança, de credibilidade e estabilidade da vida das pessoas. Por isso é que temos pessoas que saem de Loures para trabalhar ou viver em Lisboa ou para outros concelhos limítrofes.

Se perguntarmos às pessoas em Loures o que falta fazer, as pessoas dirão que falta modernizar Loures. Isso é preocupante para qualquer candidato, que as pessoas digam que falta modernizar um concelho. Ao mesmo tempo, é um apelo extraordinário que nós sentimos, que tem de ser feito, e que queremos fazer com esta candidatura. É uma candidatura que aposta na modernização. Porque olhamos para o concelho com uma enorme preocupação de incapacidade de sustentar o potencial que tem.

Há no executivo da Câmara de Loures um conjunto de marcas ideológicas que acreditam numa determinada matriz de desenvolvimento. Isso nota-se num indicador.

Há uma matriz ideológica que leva a acreditar que devem ser as estruturas públicas a criar emprego. É um mito, não existe. Não basta dizer que vamos atrair empresas, criando mais umas associações, umas corporações… Não é assim que atraímos empresas. Atraímos empresas tornando as cidades inteligentes, criando potencial de aplicação tecnológica, incentivos fiscais, recursos humanos formados e estimulados para estar no concelho de Loures.

Há uma incapacidade de olhar para o concelho como um todo. Olhamos para os últimos anos, não só os últimos quatro, e notamos políticas de remendo pontual das coisas. Há um problema em termos de transportes e cria-se uma solução específica pontual; há um problema de mobilidade – e que problemas Loures tem de mobilidade… As soluções são sempre de remendo. Nós precisamos de soluções globais, que olhem para o concelho e criem uma ideia de estabilidade a longo prazo.

O projeto para Loures tem de ter 20 anos. Este tem de ser um projeto de modernizar Loures em todas as áreas a 20 anos de distância. Quero um sítio onde eu possa viver, criar uma família, ter uma empresa, ter emprego, ter futuro. Isto não acontece atualmente em Loures. O nosso trabalho vai ser essencialmente para as famílias, para as empresas, para sentirem a tal noção de estabilidade.

Hoje, os concelhos mais apelativos são alguns dos concelhos à volta do Porto e de Lisboa. Loures, infelizmente, não está nos 10 mais apelativos, nem nos 15. Um dos meus grandes objetivos é tornar Loures num dos concelhos mais apelativos para viver, para as famílias, para as pessoas, para as pessoas que lá trabalham e para as empresas.

 


"O nosso compromisso é criar as bases para que, em quatro anos, Loures esteja na tal lista dos concelhos mais apelativos para viver. Com isso, é preciso trabalhar para as famílias e para as empresas. É preciso trabalhar pela segurança. É preciso trabalhar para as estruturas públicas de qualidade como os centros de saúde"


 

Quais as prioridades da candidatura?

Estabeleceria duas grandes prioridades em termos de princípio. A grande prioridade da nossa candidatura tem de ser colocar as famílias e as pessoas de Loures em primeiro lugar. Ou seja, criar políticas direcionadas para as pessoas e não para as estruturas, não para as associações. Não estou a dizer que as estruturas, as corporações e as associações – que têm um papel naturalmente importante – que não são relevantes, claro que são. Mas temos de criar uma política municipal, concelhia, virada para as pessoas, na própria redefinição das prioridades.

Como é que podemos ter como prioridade as pessoas e ignorar completamente o esforço que elas fazem hoje em termos de famílias, de educação? Como é que um concelho se demite dessa conversa? Isso é com o governo central? Pode não ser.

Como é que o concelho olha para as questões de saúde? Ainda agora tivemos episódios relacionados com saúde, em que as câmaras municipais podem ter um papel extraordinário. A Câmara de Loures, infelizmente, não tem feito tudo quanto podia e diz “isso não é tarefa nossa, não é trabalho nosso”. Aliás, uma das grandes queixas das pessoas que vivem em Loures é, precisamente, as estruturas relacionadas com a saúde e o apoio às estruturas de saúde locais e regionais. Como é que eu posso querer atrair pessoas para estarem em Loures e criarem os seus negócios se eu não tenho uma política de incentivos fiscais que lhes diz que vale a pena virem para aqui? É uma ideia que se passa em termos abstratos, mas que depois não tem uma aplicação concreta. A nossa primeira grande prioridade é essa: redefinir as prioridades para as pessoas.

A segunda prioridade é, precisamente, o apoio às famílias, quer nas áreas da saúde e da educação, quer até nas áreas da natalidade. Por que é que a Câmara de Loures – que, aliás, tanto apregoou através do partido que atualmente tem maioria na Câmara quer através das estruturas nacionais, políticas de apoio à natalidade, à segurança… Então por que é que em Loures isso não se materializou se todos os dias falam disso na comunicação social nacional e no Parlamento?

Finalmente, a segurança é um dos eixos centrais da minha candidatura. Por questões de formação, mas também de intervenção pública, tenho trabalhado muito nesta área da segurança. Como é que pode haver um concelho apelativo, quando não temos uma ideia de segurança garantida?

Eu acredito em muito do que foi feito, acredito na inclusão. Acredito em semanas da inclusão como foi feito em Loures, na inclusão pela arte, mas isso não basta para fazer segurança. As pessoas têm que sentir que há políticas reais de segurança, que Loures é um sítio seguro.

O atual presidente disse muitas vezes que queria pôr Loures no mapa. Eu também quero pôr Loures no mapa, mas é pelas boas razões: pelo emprego, pelo exemplo de segurança, de “smart city”, de tecnologia, pelo exemplo de utilização de recursos.

O nosso compromisso é criar as bases para que, em quatro anos, Loures esteja na tal lista dos concelhos mais apelativos para viver. Com isso, é preciso trabalhar para as famílias e para as empresas. É preciso trabalhar pela segurança. É preciso trabalhar para as estruturas públicas de qualidade como os centros de saúde, como os centros de apoio camarários, etc. É preciso pensar nas pessoas e não apenas nas estruturas. Eu não vou desistir até que as pessoas me encontrem na rua e digam “obrigado pelo que fez por Loures, porque este é um sítio onde gostamos de viver”.

 

De que forma vai concretizar a coesão em Loures?

Temos de criar espaços, temos de criar concelhos onde as gerações mais velhas e as gerações mais novas, as mais e as menos formadas, as mais ricas e as menos ricas têm todos condições para coexistir. Quando isto acontece, diminuem os problemas de segurança, de migração forçada, de emigração. A jusante, diminuem todos os outros problemas. Isto não se basta com uma ideia abstrata de coesão geracional, é preciso criar políticas concretas para isto. Onde é que há coesão geracional? Em dar ferramentas aos mais jovens, para que não se sintam excluídos e possam criar os seus próprios negócios.

Eu estudei fora do País durante algum tempo e recordo-me desta ideia que, infelizmente, marca muito o ensino em Portugal. E eu sou professor universitário, tenho acompanhado isso de perto. Nós, em Portugal, somos formatados e ensinados para ir trabalhar para outros, para seguir linhas que já estão definidas. Em muitos dos países onde estive, trabalha-se para criar ferramentas, para criar negócios, para criar riqueza, para iniciar projetos. Mas para isso, é preciso poderes nacionais e autárquicos que deem ferramentas para esses projetos. Por exemplo, Gabinetes de Apoio ao Empreendedorismo Jovem – uma ideia tão simples e que faz tanta falta em Loures, onde é tão importante em termos de desenvolvimento. Isto é apenas um passo da coesão.

Temos uma população cada vez mais envelhecida. Isto traz problemas, mas também traz oportunidades. Por que não criar formas para tornar ativa e útil muita desta força, a terceira idade, que pode ser extraordinariamente útil em termos de cultura, de transmissão de valores geracionais, de participação em projetos públicos municipais?

A coesão não se basta com coesão geracional. Há uma ideia de coesão territorial que é importante cada vez mais potenciar. Não podemos criar políticas urbanísticas, de licenciamentos e de construção a quatro e a cinco anos. Porque um dia vamos ter um problema claro, como já temos em alguns municípios, de concentração de pessoas em determinadas áreas, com todos os problemas que isso acarreta, até logísticos e operacionais. Temos de ter condições para distribuir de forma harmoniosa a população. Tem de haver políticas integradas em termos de habitação, de políticas sociais e, mais uma vez, em termos de segurança. Temos de garantir que o concelho de Loures, todo ele, é habitável, seguro, urbano, limpo, verde, progressivo e tem condições para acolher as pessoas. Há uma grande prioridade na minha candidatura que é as pessoas e as famílias, é para eles que vamos trabalhar essencialmente.

Quero que os meus filhos vivam aqui, que os meus netos vivam aqui e tenho tentado convencer amigos meus a virem viver para aqui. Era isso que eu gostava que acontecesse em Loures.

 


"A nossa prioridade é Loures.


 

Qual a marca da sua candidatura?

A nossa prioridade não são linhas ideológicas. A nossa prioridade é Loures. Demarca-se por ser uma candidatura jovem e ambiciosa. Por acreditar que, sem estar ligada a preconceitos e a limites de barreiras, é capaz de se fazer o melhor pelo concelho de Loures.

Eu gostava que esta tal marca de irreverência, de juventude… Basta olhar para esta equipa, para ver uma marca completamente diferente em relação a tudo aquilo que é apresentado como proposta política em Loures.

Temos o maior respeito pelos nossos adversários, quer pela CDU, que lidera a Câmara, quer pelo Partido Socialista, mas olhamos para a nossa equipa com uma extraordinária sensação de capacidade em termos de criação de um futuro muito risonho para o concelho de Loures.

Não é só a juventude e a irreverência. É também a formação e a capacidade das pessoas que estão connosco, pessoas que conhecem bem o concelho, que têm ideias muito claras para o concelho e que não têm medo de assumir as suas ideias, mesmo que isso vá contra ideias pré-estabelecidas na sociedade. O que for melhor para Loures é o melhor para nós. E ninguém nos vai impedir de levar a cabo esse projeto. Loures no mapa, sim, pelas boas razões.