Álvaro Almeida: Devolver o Porto ao que tem de melhor, as pessoas

7 de abril de 2017
PSD

A cidade está paralisada”, diz Álvaro Almeida, candidato pelo PSD à presidência da Câmara Municipal do Porto. O professor de Economia olha para o mandato do atual executivo como “quatro anos perdidos”, que eram “fundamentais para garantir que o futuro da cidade e dos portuenses” fosse melhor.

Para o candidato, o Porto é “uma cidade fantástica”, mas precisa de ver resolvidos alguns problemas. “Perdemos cerca de 3.500 habitantes em idade ativa por ano”, porque não encontram emprego e habitação acessível no Porto, aponta. Assim, é preciso “atrair grandes empresas para a cidade” e devolver o Porto ao que tem de mais genuíno: as pessoas.

Movido pelo mote “Porto Autêntico”, Álvaro Almeida, de 52 anos, quer “criar um Porto para as famílias, onde seja agradável viver”. Independente, o candidato apoiado pelo PSD acredita que a cidade precisa de mais do que uma estratégia focada no Marketing e na imagem. É uma atuação camarária “focada nas pessoas” que irá levar para o Porto, quando vencer as eleições autárquicas de 2017.

 

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[P] Que retrato faz hoje da cidade do Porto?

[R] A cidade está paralisada porque este executivo não é capaz de tomar decisões, até pela forma como foi construído – uma coligação contranatura. E essa incapacidade de avançar tem feito com que o Porto perdesse três anos. Já vai para quatro anos perdidos que são fundamentais para garantir que o futuro da cidade e dos portuenses é melhor do que o que temos hoje.

Apesar de ser uma cidade fantástica, podia ser melhor nalguns aspetos e é nesses que temos de trabalhar.

Temos um problema no País, mas que é particularmente grave na cidade do Porto, que é um problema de perda de população. No caso do Porto, perdemos cerca de 3.500 habitantes em idade ativa, por ano. Em grande parte, pensamos nós, porque essas pessoas não encontram, na cidade do Porto, emprego que lhes permita continuar a viver naquela que era a sua cidade. É a criação de emprego que nos preocupa, uma das grandes áreas que nos preocupam.

Para isso temos como projeto atrair sedes de grandes empresas para a cidade. Voltar a fazer do Porto aquilo que era há 20/30 anos. O Porto era um centro de serviços e de grandes empresas. E temos de retomar essa tradição, diversificando a atividade económica. O turismo é importante e uma parte fundamental da atividade do Porto, mas não pode ser a única. Temos de ter outras fontes de crescimento. É essa a nossa preocupação – criar condições. E a câmara tem capacidade para facilitar a atração de empresas para a cidade, que criem empregos qualificados e que permitam aos jovens do Porto – aquela que é a geração mais bem qualificada – que possam ficar no Porto e não tenham de sair da sua cidade.

Todos os cidadãos do Porto conhecem os problemas do trânsito. O trânsito no Porto está cada vez pior. O número de horas que se perde em congestionamentos é cada vez maior. Mas não é único problema da cidade.

Temos uma cidade em que a insegurança aumentou. Os crimes contra o património têm vindo a aumentar e mesmo em termos económicos, apesar de ter havido um crescimento do turismo, esse crescimento não foi suficiente para permitir um crescimento do emprego na cidade do Porto em linha com o resto do país.

Temos nessas três áreas problemas sérios e no resto, com eventualmente exceção da animação e da cultura, a cidade praticamente não evoluiu nestes três anos. Não há nenhuma obra digna de registo. E é esse atraso, todo esse imobilismo que temos de ultrapassar rapidamente.

 

[P] Quais as prioridades que sinalizou?

[R] O nosso projeto para a cidade do Porto tem uma prioridade e dois eixos de suporte. A prioridade é criar um Porto para as famílias, um Porto onde seja agradável viver. E para criar esse Porto para as famílias, temos de atuar nas infraestruturas de apoio às várias gerações. À geração dos mais velhos, à dos mais jovens e à da população ativa.

Para a geração dos mais velhos, temos que criar condições para que os mais velhos não se isolem e mantenham uma vida socialmente ativa. Que lhes permita sair de casa e conviver sem estarem limitados pelas suas características próprias da idade. O que é que uma câmara pode fazer nesse sentido? Pode atuar na área da mobilidade, na área da segurança, na área das infraestruturas sociais, na área da saúde e na área do apoio domiciliário. Atuando nessas cinco áreas conseguiremos criar condições para que os mais velhos tenham a tal vida socialmente ativa.

No domínio da infância e da juventude, temos que criar infraestruturas desportivas, sociais, culturais, que permitam aos jovens crescer de uma forma saudável e com ambição para o futuro.

No domínio dos jovens adultos, temos que criar condições para reter os filhos do Porto, para que os jovens que nasceram e cresceram no Porto não sejam obrigados a sair do Porto quando saem de casa dos pais. E para isso temos de criar condições para uma habitação que eles consigam pagar, para eles terem um emprego que lhes permita continuar a trabalhar na cidade do Porto.

Os eixos de suporte são uma economia diversificada que não dependa só do turismo e de uma afirmação do Porto na região que permita que as grandes empresas, que no passado foram a base económica da cidade, voltem ao Porto e sirvam de base para este crescimento económico que é essencial para a cidade.

 

[P] Que compromisso assume para com os cidadãos?

[R] Aquilo que vai orientar a câmara do Porto todos os dias é a preocupação com aquilo que é genuíno na cidade do Porto, nomeadamente com as pessoas, com a atividade económica que sempre fez do Porto aquilo que ele é hoje. E não a preocupação com a imagem, com o Marketing, com a fachada… Que pode ser útil como instrumento, mas não pode ser uma prioridade e um objetivo.

O Porto são os portuenses. Sempre foi uma cidade que, há muitos séculos, se caracterizou por ter uma dinâmica própria, uma forma de estar diferente do resto do País. Essa forma de estar diferente é-lhe dada pelas pessoas que cá vivem, pelos portuenses. Esses portuenses que fazem do Porto aquilo que é hoje, o tal Porto autêntico, é que tem de ser a prioridade absoluta da atuação da Câmara Municipal.

A atual Câmara beneficia de uma imagem positiva junto da comunicação social porque apostou exatamente na imagem e no Marketing. E aquilo que nós vamos fazer, nos próximos seis meses, é conversar com todos os portuenses para lhes mostrar que o nosso projeto é, de facto, aquilo de que o Porto precisa. Para lhes mostrar que somos capazes de melhorar a qualidade de vida da cidade. E, com esse contacto direto, conseguir vencer as próximas eleições autárquicas no Porto.

 

[P] Como levará para a autarquia um dos desafios do próximo ciclo autárquico, a coesão do território?

[R] Em primeiro lugar, através de uma atuação da câmara que esteja focada nas pessoas. Depois, com a realização de projetos que visam melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. E, sobretudo, melhorar a integração social de todos.

Temos de criar condições para que não haja idosos isolados, fechados nas suas casas. Essas pessoas têm que ter condições para viver uma vida socialmente ativa. E as infraestruturas da cidade têm de estar preparadas para os receber.

Temos de criar condições para que as crianças que nascem, independentemente do sítio da cidade onde nasçam, não se sentem excluídas, mas integradas e, portanto, tenham capacidade para vir a ser aquilo que quiserem ser. Têm que poder ter essa ambição. Não podemos ter jovens do Porto que se sintam excluídos por terem nascido numa zona da cidade que não é mais favorável. Temos que eliminar essas barreiras, integrar os idosos e os jovens.

Para isso é preciso um tecido social e uma intervenção social que tem que ser a preocupação da Câmara a que eu vou presidir.

 

[P] Qual a marca da sua candidatura?

[R] Nós privilegiamos o Porto autêntico, o Porto real, não o Porto da imagem, não o Porto do Marketing e das fotografias para turista ver. Queremos focalizar-nos, sobretudo, nas pessoas. Essa é a primeira marca.

A segunda marca é uma Câmara que seja eficaz, que seja competente e que resolva os problemas dos cidadãos. Coisa que esta Câmara não tem feito, que não resolve e é imobilista. Quando gerirmos a Câmara do Porto, vamos torná-la mais rápida a responder e a resolver os problemas dos cidadãos.

Em terceiro lugar, temos uma candidatura que apesar de ser ligada a um partido político, não temos problemas nenhuns em assumi-lo, contrariamente a Rui Moreira, que supostamente aparece como independente, mas como um independente apoiado por partidos políticos. E vamos ver depois, quando as listas forem apresentadas, se não terá nas listas mais elementos partidários do que a própria candidatura do PSD.

Além disso, esta candidatura é uma candidatura em que o único interesse são os cidadãos do Porto. O único interesse é criar uma cidade que seja melhor para os meus filhos e os filhos dos portuenses.

Eu não tenho nenhum interesse económico na cidade. O único interesse é contribuir para o bem-estar dos meus concidadãos.

No meu caso, sou um independente mas, de uma forma transparente, assumo com orgulho o apoio do PSD.