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O PSD acusou o Governo de fazer um “regresso encapotado” da austeridade ao admitir que pode haver perda de rendimentos devido à inflação, e apontou uma revisão em baixa do cenário macroeconómico em relação ao Orçamento “chumbado” em novembro.
No final de uma reunião com o Governo para conhecer as linhas gerais da sua proposta de Orçamento do Estado para 2022, o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, afirmou que “o Governo não se comprometeu, não assumiu que não haverá perda de rendimentos.”
“O Governo tem o objetivo de evitar a contaminação [da inflação], uma espiral recessiva, compreendemos isso, embora haja um regresso encapotado de uma certa austeridade pela previsível perda de rendimentos, designadamente nos salários diretamente controlados pelo Estado, dos funcionários públicos”, afirmou o social-democrata.
Segundo Paulo Mota Pinto, o Governo reiterou a sua convicção de que a inflação “é um fenómeno temporário e conjuntural, embora salientando que não conseguia prever quanto tempo é esse temporário”.
Na reunião, o PSD reiterou a sua posição de que o executivo deveria devolver toda a receita cobrada a mais no ISP a valores de janeiro de 2021.
Questionado sobre números concretos do cenário ‘macro’, Mota Pinto referiu que, do lado do Governo, “há a manutenção do objetivo do défice”, e que haverá “uma revisão em baixa do cenário macroeconómico”, sem a quantificar.
“O Governo assume que está a cobrar mais impostos, a receita tem corrido melhor, que o cenário macroeconómico está a degradar-se, mas que mantém o défice, e também que não pode garantir a recuperação em relação à inflação do poder de compra de salários”, resumiu.
Do lado do PSD, estiveram presentes o líder parlamentar do PSD, Paulo Mota Pinto, e os deputados Duarte Pacheco, coordenador na Comissão de Orçamento e Finanças, e Paula Cardoso, vice-presidente da bancada para a área das finanças.