“Vale a pena pensar a Europa”, diz Pedro Passos Coelho

24 de abril de 2017
PSD

 

Em Madrid, o líder do PSD lembrou a importância de “uma agenda de crescimento”, a necessidade de “atrair mais investimento” para que os jovens regressem e contrariem a tendência de envelhecimento da Europa. “Não há, ainda, à escala europeia uma solução para lidar com o futuro”, alertou.

Os mais jovens, que estão a começar a vida activa, “sabem que a Europa é algo que não se projeta para fora do País, mas que faz parte do País”, afirmou Pedro Passos Coelho, em Madrid, no último sábado, quando participava com Mariano Rajoy na Escola Europa. “Queremos viver dentro da Europa como portugueses, espanhóis ou franceses, mas estar dentro da Europa como um espaço comum”.

 

Uma Europa de Estados

O Presidente do PSD olha para a Europa “como um projeto político mobilizador, embora não federal”. Afirma acreditar “numa Europa de Estados, não no Estado europeu” e que “é muito importante, para a diversidade política da Europa, que possamos apresentar-nos como países responsáveis que acrescentam algo à Europa”. Para o líder dos social-democratas “enquanto fizermos isto, enquanto retribuirmos com responsabilidade e solidariedade, a Europa será mais do que uma União de Estados. E isso, para quem tem hoje 20, 25 ou 30 anos, é decisivamente diferente. Hoje, os jovens sabem que a Europa faz parte do nosso País, que estamos dentro da Europa como um espaço comum, onde podemos ter um destino em comum”.

 

Criação do Fundo Monetário Europeu

Na Europa, precisamos de ter uma agenda de crescimento. O plano Juncker não funcionou tão bem como era a perspectiva”, disse, alertando que “precisamos de atrair muito mais investimento para a Europa e de saber lidar com as crises de outra maneira. Temos de criar um Fundo Monetário Europeu”. Pedro Passos Coelho reiterou que “não há nenhuma razão para que a Europa não trate destes problemas com as competências que reuniu e com os meios de que dispõem. Podemos fazê-lo, mas isso exige, à escala europeia, que se complete o processo de união bancária, que se crie uma verdadeira união financeira, para termos um edifício em torno do Euro mais robusto do que o que temos”.

 

Futuro da Europa

O líder do PSD afirmou que “precisamos de atrair investimento. Não podemos viver eternamente à custa das facilidades que nos estão a ser outorgadas pelo Banco Central Europeu. Temos de ter mecanismos que auxiliem os países a fazerem reformas estruturais. Temos de trazer para dentro os jovens que estão fora”. Pedro Passos Coelho lembrou, assim, que “é esse o futuro da nossa Europa, senão envelheceremos mais rapidamente e perderemos força no mundo”.

Alertou, ainda, para os “problemas sérios” que a Europa enfrenta. “Ainda não ultrapassámos totalmente os problemas económicos e financeiros. Não há ainda, à escala europeia, uma solução para lidar com o futuro. O nível de dívida é, ainda, um travão ao crescimento em muitos países. Temos problemas sérios a resolver quando pensamos na segurança colectiva”, salientou. De acordo com Pedro Passos Coelho, “ainda não há uma noção clara dos novos empregos que a nova economia vai trazer. O rendimento disponível, para a generalidade dos jovens europeus, não é tão entusiasmante”. Logo, importa “criar algo de mais mobilizador para o futuro. Temos de ter um programa económico em cada um dos países, mas também na Europa, que melhore a nossa perspectiva”. Relembrou que “teremos Europa no futuro”, mas temos de “cortar caminho aos populismos e radicalismos. Para isso, temos de ter as ferramentas certas para o crescimento”.

 

Espanha: reformas estruturais contribuem para futuro do país

Pedro Passos Coelho congratulou as “reformas estruturais feitas em Espanha”, país que “está a crescer acima da média”. O presidente do PSD lembrou que Espanha “cresceu mais de 3% nos últimos dois anos e mesmo este ano prevê-se que se aproxime novamente dos 3%. E isso é bom para o emprego, que também está a ser criado, em parte, pela confiança que se sente. Fez-se muito pelo futuro dos espanhóis e pelo futuro da União Europeia”.