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Pedro Passos Coelho denunciou a “conflitualidade” que começa a ser cada vez mais evidente no setor da Saúde. “Tal não é indissociável das promessas incumpridas que o Governo vem fazendo”, acusou, esta quarta-feira, em Rio Maior, na apresentação dos candidatos autárquicos.
As greves na Saúde mostram “que alguma coisa não vai bem, e que já foi dado muito tempo para que se resolvam. O que se verifica é um subfinanciamento, agravado, na Saúde, que afeta a qualidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, explicou o líder social-democrata.
“Quando os partidos da geringonça, em coro, nos acusavam de estarmos a destruir o SNS, nós estávamos a capitalizar os hospitais, a pagar valores em dívida em montantes consideráveis, a sanear a gestão do SNS. Fomos nós que salvámos o SNS de um problema muito sério”, disse Pedro Passos Coelho.
“Há muita despesa que não é reconhecida, há outra que não é paga, e é excessivo o Governo chamar-nos mentirosos e não evidenciar com números o que está a dizer”, referiu o Presidente do PSD. “Os números que conhecemos são os do Governo, e vê-se na despesa de capital que caiu relativamente a 2015, e de forma significativa”, referiu, citando a Conta Geral do Estado, recentemente publicada. “E na despesa corrente, vemos que, se descontarmos os aumentos de salários, ficou menos para gastar na Saúde do que no ano anterior”, continuou. “Têm hoje menos dinheiro do que quando não havia dinheiro”, acrescentou.
Esta situação foi criada por um Executivo que cortou “na despesa e no investimento para suportar a ideia de que temos um Governo que está a repor os rendimentos.”
“Não vemos como é possível manter um SNS assim nos próximos quatro anos. Se a situação não se alterar, o SNS chegará a um momento que se não for irreversível será notória a degradação dos serviços prestados”, alertou.
Serviço Nacional de Saúde | Alguns dados
Dívidas
- A dívida vencida, e que tem que ver com pagamentos a mais de 90 dias, dos hospitais públicos voltou a subir. Em maio, atingiu os 739 milhões de euros (aumento de 43,8% face ao período homólogo de 2015).
- Hospitais públicos deviam, em junho, às empresas fornecedoras de medicamentos mais de 930 milhões de euros (aumento de 33% desde que o atual governo está em exercício).
- Entre dezembro de 2016 e março de 2017, aumentaram em 40% os produtos colocados nos hospitais à consignação.
Investimento
- A despesa de investimento sofreu um corte de 29%, em 2016 comparativamente com 2015.
Cativações
- Registou-se um agravamento das cativações em 2016 que, contudo, não foi reconhecido pelo Governo.
Degradação dos serviços de saúde
- Tem-se registado cancelamentos e atrasos na realização de cirurgias por falta de médicos e de material clínico, assim como aumento dos tempos de espera no atendimento a utentes ou falta de medicamentos de dispensa hospitalar.
- Houve um aumento de 24,5% nas queixas de utentes.
Oferta hospitalar
- Não se registou aumento da oferta hospitalar, ao contrário do que aconteceu com o executivo anterior que lançou sete novos hospitais.
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