SIRESP: “ataque da secretaria-geral do MAI à ANPC é incompreensível”

28 de junho de 2017
PSD

 

Depois da tragédia, ver esta cegada, este jogo de simulação, este esconde-esconde entre as várias entidades que dependem do Ministério da Administração Interna (MAI) e a ministra a aparecer como se não tivesse quase nada a ver com isto, é uma situação que não oferece a mínima confiança até para a prevenção de situações futuras”, referiu esta quarta-feira Carlos Abreu Amorim em declarações à TSF sobre a troca de acusações, a que se tem assistido nos últimos dias, entre Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) e SIRESP.

O vice-presidente do Grupo Parlamentar reforçou que “o PSD não pede a demissão de membros do Governo”. Considera, contudo, que “se o sistema falhou – como parece – também o MAI, a ministra e o primeiro-ministro são responsáveis por isso mesmo”. Lembrou que “estas entidades dependem direta ou indiretamente do MAI”, pelo que não pode o ministério “pedir publicamente relatórios a estas entidades e depois ficar numa posição de grande árbitro, mais ou menos, isento e imparcial” enquanto “estas entidades se digladiam publicamente”. Tal como salientou: “o MAI e a ministra são responsáveis por estes serviços, por estas entidades, pela operacionalidade do sistema”.

 

“Ataque da secretaria-geral do MAI à ANPC é verdadeiramente incompreensível

Carlos Abreu Amorim caracterizou a situação a que o País assiste como “uma confusão pegada”. “Este ataque da secretaria-geral do MAI à ANPC é verdadeiramente incompreensível”, afirmou, para logo acrescentar: “a ANPC é uma entidade que coordena tudo aquilo que faz parte do sistema de prevenção e de combate aos incêndios, mas depende do MAI. Então, é o próprio MAI que ataca uma entidade que dele depende, cujos responsáveis nomeou”. Alertou, ainda, que “nos últimos meses as chefias quer nacionais, quer distritais [da ANPC] foram nomeadas por este mesmo ministério”.

Sobre o relatório do SIRESP (“entidade privada, uma sociedade anónima, mas que está na dependência indireta do MAI”, explicou), o deputado social-democrata disse que “traz não apenas alguma confusão, mas também alguma angústia porque qualquer observador, ainda que pouco versado nesta matéria do combate e prevenção de incêndios, percebe que aquilo que lá está não bate certo com todas as notícias e relatos que fomos ouvindo”. Segundo reiterou, “dizer que o SIRESP não teve falhas e que o sistema esteve à altura retira qualquer credibilidade”.