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Numa intervenção subordinada ao tema “Portugal hoje” da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), esta terça-feira, Rui Rio fez um diagnóstico da situação portuguesa, alertando para os estrangulamentos que prejudicam o desenvolvimento nacional.
“Se perguntam ao líder da oposição a minha fotografia do Portugal ‘today e tomorrow’ [hoje e amanhã] é esta: estrangulamentos de caráter político que convinha resolver para depois eliminar mais facilmente os de caráter económico”, explicou.
O Presidente do PSD refere como principal entrave ao desenvolvimento o endividamento, sobretudo, aquele que é oriundo do Estado.
Rui Rio admite que a maioria das reformas “são difíceis, porque vão contra interesses instalados”. “Eu acho que só vale a pena estar na política se tivermos a vontade e a coragem de reformar. (…) Se não houver reformas e enquanto não as houver, Portugal vai continuar com 1% de imposto para cima ou para baixo, 1% de défice para cima ou para baixo, mas não vai arrancar de modo a caminhar para os padrões de qualidade de vida da média europeia”, defendeu.
O líder do PSD insistiu no seu entendimento de “acordos partidários alargados”, mesmo com maioria absoluta, e apontou algumas áreas em que seriam prioritários, como a política de natalidade, sistema educativo ou a descentralização.
Como reformas urgentes, Rui Rio aponta o sistema eleitoral, a revisão da Constituição e a justiça (e no plano interno, a conclusão da revisão dos Estatutos do PSD).
Segundo Rui Rio, um dos casos que esbarrou na falta de vontade dos socialistas diz respeito à rejeição do projeto do PSD para deslocalizar o Tribunal Constitucional para Coimbra.
Na vertente económica, Rui Rio explicou as razões pelas quais a despesa pública em Portugal “é tão alta e vai crescendo”. “Porque o poder político tende a dar dinheiro às pessoas, tentando comprar a paz dessa forma, tentando iludir as coisas dessa forma”, disse.
Tal como já tinha defendido no discurso do 25 de Abril, Rui Rio salientou que os fenómenos extremistas emergem a partir do descontentamento das pessoas e do seu afastamento em relação à política. “Se queremos resolver o fenómeno do crescimento de extrema-direita, não os podemos culpar a eles, mas temos de nos culpar a nós, ou resolvemos os problemas e anseios das pessoas ou o descontentamento sobe”, disse.