PSD DENUNCIA: Cativações condenam qualidade dos hospitais

31 de janeiro de 2017
PSD

Entre dezembro de 2016 e o início deste ano, sucederam-se notícias sobre caos nas urgências hospitalares, com situações em que doentes ficaram 11 e mesmo 13 horas à espera de serem atendidos. A comunicação social noticiou casos de doentes que esperaram seis dias por camas de internamento nos serviços de urgência.

No Hospital Amadora-Sintra, os tempos médios de espera dos doentes urgentes atingiram as 11 horas a 2 de janeiro, e as seis horas e meia no dia seguinte. No Porto, no Hospital de S. João, os doentes urgentes esperaram, em média, mais de quatro horas e meia para serem observados por um médico.

O ministro da Saúde chegou a garantir que “este ano as coisas estão a correr muito bem”. Também o secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, garantia, a 12 de janeiro de 2017, que este ano “não se registaram situações de caos nas urgências devido à gripe”.

 

ATRASOS NAS CIRURGIAS E EMERGÊNCIA MÉDICA

Desde o final de 2016, têm sido registadas, nos hospitais do SNS, inúmeras situações de cancelamento de cirurgias, quer por falta de recursos humanos, designadamente de anestesistas, quer em virtude de reafetação de camas para internamento por aumento da atividade gripal, de que são exemplos o Centro hospitalar de São João do Porto, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro ou o Centro Hospitalar Tondela – Viseu.

Igualmente nos últimos meses sucedem-se notícias sobre falhas e atrasos no atendimento do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), principalmente por falta de recursos humanos. No mês passado, por exemplo, o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte (STFPN) acusou o INEM de demorar três minutos em vez de sete segundos (recomendados pelos manuais mundiais) a responder às solicitações de chamadas de emergência, por falta de operadores.

 

PAGAMENTOS EM ATRASO

No que se refere aos pagamentos em atraso, os últimos dados da Direção-Geral do Orçamento relativos à execução orçamental de 2016 revelam que, apesar da redução da dívida (vencida) em 215 milhões de euros, o montante dos pagamentos em atraso por parte dos Hospitais EPE (Entidades Públicas Empresariais) do Serviço Nacional de Saúde (SNS) ascendia, no final de dezembro de 2016, a 544 milhões de euros, valor 20,6% superior (mais 93 milhões de euros) aos 451 milhões de euros existentes em dezembro de 2015.

Em 2016, a dívida total à indústria farmacêutica aumentou de 696,9 milhões de euros, em janeiro, para 779,9 milhões de euros, em dezembro, isto é, mais 80 milhões de euros do que há um ano, um aumento de 12%.

Também em 2016, os pagamentos em atraso à indústria farmacêutica aumentaram de 384,6 milhões de euros, em janeiro, para 517,8 milhões de euros, em dezembro, ou seja, mais de 133 milhões de euros que representam um aumento de 35%.

 

MEDICAMENTOS GENÉRICOS ESTAGNADOS

O anterior governo reduziu o preço médio de venda ao público dos medicamentos em 27%, diminuindo mesmo o preço dos medicamentos genéricos em 53%.

A quota de mercado dos medicamentos genéricos passou de 31%, em 2010, para 47%, no final de 2015.

Nestes 14 meses de governo das esquerdas, o mercado dos medicamentos genéricos cresceu apenas 0,35 pontos percentuais, de 47% para 47,35%. Quer isto dizer que a quota de mercado dos genéricos está completamente estagnada.