Pedro Passos Coelho: “É triste eu estar sempre a desmentir um primeiro-ministro”

23 de setembro de 2017
PSD

Hoje vivemos uma democracia incompleta”, denunciou o líder social-democrata, referindo-se a um Governo que insiste em não responder às perguntas do PSD

 

É uma invenção jornalística ou existe mesmo?”, perguntou o Presidente do PSD, desafiando António Costa a pronunciar-se sobre parecer do SEF

 

É triste eu estar sempre a desmentir um primeiro-ministro”, afirmou este sábado Pedro Passos Coelho perante as cerca de 3500 pessoas que se reuniram para apoiar a candidatura de Rui Moutinho à Câmara Municipal de Paredes. O líder social-democrata referia-se à criação de riqueza em 2015 que os dados do INE vieram recentemente confirmar. “Em 2015 ainda se cresceu mais do que se supunha, deve ser por isso que o primeiro-ministro faz tanta gala em referir-se a uma destruição entre 2011 e 2015”, criticou. António Costa “deve achar que por repetir muitas vezes, estas falsidades passam a ser verdade”, justificou.

O Presidente do PSD lembrou que quando assumiu a governação do País, em 2011, as dificuldades eram muitas. Quem o antecedeu “tinha semeado os ventos e deixou as tempestades para os portugueses”, disse, acrescentando ter herdado “o resultado de muitas cigarras que andaram a cantar sem se preocupar com o amanhã”. Foi o executivo por si liderado que preparou “a sementeira” que tem permitido a Portugal crescer.

Segundo destacou, o PSD tem como objetivo “ajudar as comunidades a prosperar”. Por isso, Pedro Passos Coelho reafirma que “os políticos não deviam estar sempre preocupados apenas com o presente”, pois “quem só se preocupa com o que tem hoje, em regra, tem menos no futuro”. Tal como destacou, os social-democratas entregam-se ao País “com amor”. “A nossa terra vem sempre primeiro, os outros vem sempre antes de nós próprios”, esclareceu.

Para o líder social-democrata, a “política que vale a pena” é aquela em que os políticos “não têm a mania de que têm sempre razão”. Defendeu, portanto, que “ninguém deve cinicamente defender uma coisa que sabe que, no futuro, não traz prosperidade”, o que importa é lutar pelo futuro.

 

Governo trata perguntas do PSD com “arrogância e falta de espírito democrático

Contudo, e de acordo com o alerta que deixou, “hoje vivemos uma democracia incompleta”, em que apesar de o Governo ter o apoio do Parlamento, não o respeita. “Mete impressão”, disse Pedro Passos Coelho para, logo, recordar que quando foi primeiro-ministro sempre prestou contas. “Às vezes até a perguntas que nos eram feitas com maus modos”, esclareceu, denunciando que “os maus modos persistem no Parlamento em relação a nós”.

O Governo mudou, este ao contrário do anterior, não presta contas”, criticou Pedro Passos Coelho, salientando que, embora o PSD coloque diversas questões “sobre matérias fundamentais para a governação”, o atual Executivo “trata estes pedidos com arrogância e falta de espírito democrático”. Reforçou, assim, que os social-democratas continuam sem informação sobre o parecer do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) sobre a lei da imigração. “É uma invenção jornalística ou existe mesmo?”, questionou, desafiando claramente António Costa a responder onde está o parecer. “Estamos num tempo em que o Governo só gosta de ser bajulado”, acabou por acrescentar depois de ter salientando que tanto quem governa como a comunicação social sabem das diversas interpelações que os social-democratas têm dirigido ao Governo e que se mantêm sem resposta.

 

Paredes: “queremos abrir outro” ciclo de liderança

Pedro Passos Coelho referiu-se a Rui Moutinho como a pessoa “mais bem preparada” para assumir a liderança do município de Paredes. “Fechamos nesta eleição um ciclo associado à liderança do PSD, queremos abrir outro”, afirmou. “Precisamos de ter alguém com uma liderança no município que acrescente ao que já temos, que volte a dar um sopro de confiança para futuro”, referiu, acrescentando: “esse líder é, sem dúvida, Rui Moutinho”.