Pedro Passos Coelho considera que ceticismo de PCP e BE face à Europa representa “fragilidade” do Governo

8 de janeiro de 2016
PSD

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, declarou hoje que as reticências de PCP e Bloco de Esquerda - a "base política de apoio no parlamento" ao atual Governo socialista - face à Europa representam uma "fragilidade" do executivo.

"Creio que essa é uma fragilidade deste Governo, espero que não seja uma fragilidade para o país", vincou o social-democrata e ex-primeiro-ministro.

Pedro Passos Coelho falava na chegada à cerimónia do 30.º aniversário da entrada em vigor do Tratado de Adesão de Portugal às Comunidades Europeias, classificando a ligação de Portugal à União Europeia (UE) como do "maior interesse estratégico". E prosseguiu: "Não há dúvida que o país se transformou de uma forma decisiva e não o teria conseguido fazer sem ser no contexto da integração europeia, mas evidentemente que hoje, olhando para trás, teríamos a noção de ser muito mais pequeninos, insignificantes, se não estivéssemos no coração do projeto europeu".

Alguns dos desafios que o projeto europeu enfrenta nesta fase, acrescentou Pedro Passos Coelho, são o recuperar da crise económica e financeira, o aprofundar da união monetária, e novas questões em torno de emigrações, ameaças terroristas e o próprio espaço Shengen. "Precisamos de ter uma atitude não desconfiada, acreditar que a Europa responde aos anseios das pessoas", assinalou o líder do PSD.

Na reta final das suas palavras, Passos foi interrogado sobre o seu papel como chefe do maior partido da oposição, declarando que, à imagem do PSD, manterá um "espírito construtivo e responsável" no "construir de uma alternativa de Governo futuro dentro de Portugal".

Sobre a situação em Espanha e as negociações para um executivo, vincou ter falado pela última vez com Mariano Rajoy, presidente do Partido Popular (PP), em dezembro, expressando o "apoio que o PSD dá para as responsabilidades que os espanhóis decidiram atribuir" ao partido liderado por Rajoy. "Temos uma relação muito próxima com Espanha e era muito importante que a Espanha não mergulhasse numa crise política profunda nem numa crise financeira", advogou o antigo governante.