O realismo positivo do PSD

23 de maio de 2017
PSD

O realismo positivo é a atitude de quem olha para a realidade, identifica os problemas e assume a determinação para os vencer. O optimismo irritante é o que acredita que o tempo se encarrega de resolver de forma definitiva os problemas.

Ora,  o PSD coloca-se como um partido do realismo positivo e construtivo. Por isso, o PSD incentiva agora o PS e o Governo a assumir uma postura proactiva e reformista, em nome do interesse nacional. Todos percebem que o imobilismo do Governo, sob o ponto de vista reformista, mais não é do que o preço a pagar pela base de apoio que António Costa escolheu, após as eleições que perdeu em 2015, e em função das escolhas que, então, decidiu fazer, de forma a poder assaltar o poder.

Agora, António Costa acha que a conjuntura poderá resolver os problemas de natureza estrutural, bastando para isso que o tempo corra, e se entusiasmem as pessoas em volta de um optimismo irritante. A verdade é que a conjuntura e a táctica conjuntural só adiam os problemas estruturais e não preparam o país para o futuro. 

O PS tem esta pulsão eleitoralista que leva a nunca querer desagradar às corporações e a nunca querer assumir uma postura de realismo. É por isso que o PSD convida o PS a abandonar os seus temores eleitoralistas  e a fazer o que lhe compete como governo: governar!

A sua base de apoio quer manter uma atitude imobilista e retrógrada, que é desfavorável ao futuro dos portugueses. E o PS, se escolher governar refém dessa atitude, estará objetivamente a prejudicar os portugueses. Não terá como se desculpar por optar, conscientemente, por não reformar Portugal, desperdiçando um caminho estável de consolidação das vitórias que temos conquistado no plano económico e social. 

O PS, como partido do arco da governação, deve servir Portugal com patriotismo, quer esteja no poder ou na oposição, em vez de atender ao calendário eleitoral e à craveira dos fundamentalismos do politicamente correcto. 

 


"O PS não tem nem desculpa nem perdão se Portugal não atingir as metas que pode e deve atingir"


 

Daqui em diante, o PS não tem nem desculpa nem perdão se Portugal não atingir as metas que pode e deve atingir em termos de crescimento económico, saldo estrutural e dívida pública. Olhem para a Irlanda!

Daqui em diante, o Governo está entregue à sua responsabilidade e às suas escolhas, na justa medida em que pode continuar a fazer o trabalho que começámos, mas não deve prescindir de o fazer apenas e só conjunturalmente. Deve fazê-lo de forma estrutural, para garantir a durabilidade das boas notícias que começaram em 2013, se confirmaram em 2014 e se voltaram a manifestar, agora, com a saída do PDE. 

Cabe ao Governo escolher a ambição de semear as reformas que, tal como as por nós realizadas em 2012 e 2013, assegurem um optimismo sustentado numa realidade sólida.  Uma vez que quiseram construir uma solução de governo menos convencional, pelo menos que exerçam a ação governativa em nome de Portugal e dos portugueses, e não para a autossatisfação da sua maioria parlamentar.

 

Marco António Costa

Vice-presidente do PSD